domingo, 25 de abril de 2010

Refletindo... sexo, pecado?

“Joguem fora o velho fermento do pecado para ficarem completamente puros. Aí vocês serão como massa nova e sem fermento, como vocês de fato, já são. Porque a nossa festa da páscoa está pronta, agora que Cristo, o nosso cordeiro, já foi oferecido em sacrifício. Então vamos comemorar, não com o pão que leva fermento, o fermento velho do pecado e da imoralidade, mas com o pão sem fermento, o pão da pureza e da verdade”.
(1Co 5:7-8)

Estive refletindo sobre a banalização do sexo em nossos tempos atuais e suas conseqüências dentro da igreja. Esse é um assunto delicado, mas necessário. Tendo eu a pretensão de que a maioria dos leitores do meu blog sejam jovens, então esse assunto realmente se faz necessário, para que possamos refletir juntos, e com a ação do Espírito tocar o coração de alguns.

Por um lado temos o mundo e seus prazeres. O comportamento jovem responde a uma estrutura de boates e músicas que impulsionam um ambiente propício a relações sexuais. Não há pudores, não há mais tradição. Só há estimulo e indução de prazer sem limites e sem preconceitos. Homens e mulheres, ou melhor, jovens e adolescentes, não se importam mais com a beleza do ato sexual e o utilizam como prazer momentâneo.

Sim prazer momentâneo. Que no dia seguinte, por melhor que tenha sido a transa, para a mulher fica o vazio e a esperança que o rapaz a procure novamente; e para o rapaz sobra o cansaço e a busca por outra que consiga lhe trazer mais prazer que a anterior. Não há responsabilidade, não vínculos, não há interesse mutuo. Só há uma busca desenfreada por uma satisfação que nunca será suprida por esse tipo de relação.

Por outro lado temos a opressão da igreja. A igreja não se coloca na posição de ensino, mas sim numa posição ditatorial. Diz que é pecado, mas não explica o porque. Fecha os olhos para a realidade nua e crua de que cada vez mais os jovens cristãos não se preocupam em esperar pelo casamento para obter relações sexuais. Fingem que nada está acontecendo, que seus jovens se santificam, e que esse é um problema que acontece só na igreja vizinha.

Mas a verdade é que com a pressão e banalização do sexo pela sociedade, o jovem cristão acaba por ceder aos encantos do pecado, por não ter a instrução correta através de seus mestres nos ensinos bíblicos. Acaba por se iludir com frases demoníacas do tipo: “isso é normal entre duas pessoas que se amam” ou “como poderei me casar sem saber que o sexo é bom?” ou ainda “foi Deus quem fez o sexo, então não é pecado”.

Uma das astúcias de satanás é distorcer a verdade. Pensar que o sexo é licito fora do casamento é não ter conhecimento real do propósito do sexo para um casal. O sexo liga as duas almas da forma mais intima que se pode ter naturalmente. Por isso o casamento é tão importante na vida de uma pessoa. Por que o amor da amizade, dos pais e de irmãos, jamais completa um homem como o amor vivido entre duas pessoas dentro de um casamento.

O namoro nada mais é que o período de experiência, para que se verifique as compatibilidades naturais entre duas pessoas. Quando as afinidades são evidentes o sentimento se intensifica e então é que as vidas começam a se unir de forma mais intima. Passam a conhecer as famílias um do outro, começam-se os planos, e o casal vai desenvolvendo a tolerância às diferenças e usufruindo das vontades em comum.

Para o cristão esse período é mais que um processo. É o encontro de chamados ministeriais, de sonhos espirituais, de desejos em relação ao propósito de Deus para suas vidas. O casal deve então considerar a família do outro, os projetos do outro e verificar se os ministérios são aliançados ou não. Quando sim, devem passar a construir um relacionamento sólido embasado no amor de Deus e em sua santidade.

Quando Deus criou o sexo como selo do casamento (Gn 2:24), e quando Paulo nos ensina a casar ao invés de fornicar (1Co 7:9), mostra o cuidado de Deus para que o homem não transforme essa relação intima em apenas prazer carnal. O sexo é bom, mas quando feito fora do casamento é visto, como nos ensina a palavra de Deus, como fornicação, prostituição e adultério.

Quando um casal opta pela santidade, e aguarda o casamento para ter relações sexuais, estão na verdade optando por um desafio maravilhoso: encontrar bases sólidas para seu relacionamento. O casal passa a ter que descobrir amor em outras atitudes. Eles aprendem a se amar e respeitar de uma maneira mais completa. Devem encontrar equilíbrio, alegria, prazer, em momentos simples com a família, com os amigos, na presença de Deus.

Um namoro que encontra esse tesouro, estará pronto para enfrentar os apuros do casamento. Um casal que precisa do sexo para se completar, jamais terá forças para transpor as dificuldades que um casamento traz. Um namoro enfermo, precisa do sexo para se auto-afirmar, mas um namoro saudável, mesmo sentindo vontade, encontra na beleza dos outros detalhes, o prazer de estar um ao lado do outro. Um namoro que precisa de sexo é porque não tem encontrado alegria e prazer em apenas estar com a pessoa.

A santidade traz vida abundante para o casamento. Sexo antes do casamento é sinal de namoro com problemas, ele tenta preencher um vazio, mas acaba sendo um abismo (pecado), chamando outro abismo (peso do pecado ou morte espiritual). Quando esperado para o casamento ele se torna símbolo de prazer, alegria, intimidade, porque o casal já está alicerçado no prazer mutuo, e ele passa a ser conseqüência do amor verdadeiro, ao invés de fuga para uma vida frustrada.

Como então entender esse propósito de Deus para nossas vidas? Confiando em Deus. Se entregando à ele. Sabemos que no ardor da vontade, e no momento da situação, é mesmo difícil segurar a carne. Por isso a espiritualidade deve ter um lugar seguro em nosso coração. Saber que precisamos de intimidade com Deus para manter um namoro santo e sem máculas. Precisamos ter vida de oração, de leitura bíblica e de adoração ao Senhor, para conseguirmos compreender suas verdades bíblicas para os relacionamentos.

Não é apenas um ato. É pecado. Então devemos trata-lo com arrependimento, contrição e atitude. Não adianta apenas ter conhecimento da palavra, devemos pratica-la, em todo tempo, inclusive nos momentos em que ninguém mais vê... mas Deus sempre está vendo tudo. Não temos o poder de ditar o que é pecado ou não – eu já disse isso antes. Mas devemos saber que a responsabilidade das escolhas de nossos atos são nossas. Eu decido obedecer a Deus, mesmo sem compreender. Eu decido me santificar, por que meu Senhor é Santo.

Eu decido esperar, porque quero viver o verdadeiro amor, entre um homem e uma mulher. Um amor companheiro. Um amor amigo. Um amor que respeita os interesses, as vontades. Um amor que admira as qualidades. Um amor que ensina a ser uma pessoa melhor. Um amor que soma. Um amor que enfrenta as dificuldades, que transpõe as barreiras. Um amor que traz paz, esperança e alegria. Um amor que só é amor porque tem a sabedoria do Espírito como guia.


No amor e na paz de Cristo.

Um comentário:

  1. Pretensão nada...tenho certeza q a maioria é jovem msm...

    Este é sem dúvida um assunto muito difícil de se tratar, mas vc o fez com esmero. Já o disse e repito, me acrescenta muito ler suas reflexões. Deus continue te abençoando...e q muitas pessoas leiam esta postagem...
    Quero um amor guiado pelo Espírito Santo. :)

    bjo

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