terça-feira, 13 de novembro de 2012

Refletindo... louvor, adoração?


Tenho refletido na adoração através do louvor. Sim, há vários tipos de manifestação de nossa adoração: oferta, leitura bíblica, danças, generosidade para com o necessitado, mordomia, diaconia, etc. E o louvor (cânticos e instrumentos) é apenas uma dessas formas. E por ser uma adoração visível é muito desejada, mas também muito negligenciada.

Muitos pensam que por serem músicos e cantores já são credenciados a ministrar louvor. Muitos veem a ministração como “apresentação”. E por acreditarem nisso não se abrem ao mover que Deus deseja através da musica. Não se dedicam à palavra e à oração na mesma proporção que se dedicam à musica. Não se convencem da necessidade de santificação e renuncia, pois se concentram em seus próprios talentos. Isso é um erro clássico e mundano. Quando um cantor ou um instrumentista se converte, muitos lideres já os consideram prontos por seus atributos naturais, porem um musico na condição de cristão, passa a ser antes de tudo obreiro e servo do Senhor, sendo assim é necessário que ele seja provado e aprovado para obra.

Os lideres que permitem tal coisa, não compreendem a luta espiritual que ronda um servo de Deus. Por isso Paulo já alertava em 1 Timoteo 3:6 “... não deveria ser um novato na fé, pois poderia ficar orgulhoso. E o orgulho produz vários outros sentimentos dentro do homem, e esses sentimentos geram atitudes que prejudicam o bom andamento da obra, nesse caso da equipe geral. O líder no intuito de manter esse músico na igreja, acaba por empurra-lo para o boca do abismo. Pois quando vierem as lutas esses obreiros não estarão revestidos da armadura de Deus e acabam por desistirem de seu posto, e muitos se lançam no abismo.

Outros não veem as coisas acontecerem como gostariam. Desejam que quando cantarem ou tocarem o céu desça e a fumaça da presença de Deus se manifeste. Esse é um desejo legitimo, porem é necessário que se compreenda que a presença do Senhor se manifesta quando Ele quer e não quando nós precisamos mostrar que somos bons o suficiente para Ele operar. Nossa função é buscar em nosso dia a dia a presença dele através de oração, adoração, leitura bíblica e generosidade. E buscar em sua palavra verdades para se viver. E viver de acordo como Cristo andou. E assim não adorar a Deus apenas no culto, mas adorar a Deus intensamente em espirito e verdade, todos os momentos de nossa vida.

Um ministro de louvor está ali para ensinar o povo a se achegar à Deus através da musica. Ele tem que se colocar em uma posição de servo, tem que ser exemplo e referencial. Uma das coisas que mais me incomodam na atualidade é o exagero de palavras ditas (e não cantadas) durante o louvor. Percebo que só é necessário o “cantor” falar porque ele não está adorando como deveria. O louvor é direcionado à Deus e não aos homens. As musicas devem engrandecer o nome de Cristo e não massagear o ego da plateia. Isso porque não existe plateia, e nem expectadores. No momento do louvor todos devem estar com seus olhos, ouvidos, mente e corações voltados para o Grande Eu Sou. Inclusive (e principalmente) a equipe de louvor.

Quando a equipe de louvor faz o que tem que fazer, adorar a Deus tão intensamente, cria um ambiente propicio de adoração que constrange quem não quer adorar, constrange o pecador que não queria se arrepender, constrange aquele que não olhava para Deus desde o ultimo culto. É dessa forma que a equipe serve à igreja, adorando a Deus e se tornando referencial de adoração. Porem os ministros ao invés de olhar para Cristo, olham apenas para as pessoas, que por sua vez estão olhando para os ministros e aí o “cantor” começa a falar. E fala ao povo e não à Deus. Começa a dizer “faça isso e faça aquilo”, e ate quem estava adorando é interrompido por palavras, sendo que a adoração deve ser espontânea e vir do coração.

Se o ministro sentir vontade de falar, que fale à Deus, que fale de si e de seu sentimento intenso pelo Senhor. Por que palavras podem gerar emoções, e emoções são passageiras. Mas uma verdadeira adoração leva o ser humano a reconhecer sua posição diante de Deus. A verdadeira adoração gera vida, gera mudança, gera intimidade. Durante o momento do louvor a banda deve estar diante do Rei, fazendo uma apresentação única, entregando à Ele seu dom, todos em harmonia, honrando o único Deus que é digno, pois não há outro como Ele. Nem tudo que é visível é verdadeiro. O que se vê pode ser forjado por emoções. Mas quando a adoração é verdadeira, a presença de Deus é real.

Percebi que os mesmos ministros que ficam implorando às pessoas que cantem, se rendam, se prostrem, que levantem as mãos e se entreguem, são os mesmos ministros que quando não estão na “plataforma” não fazem nada disso. Quando não são eles tocando e cantando, não se entregam a uma atmosfera de adoração, não se preocupam em adorar a Deus, porque a atenção não está neles. E é por isso que precisam falar, porque na realidade não sabem adorar. Não sabem ensinar com sua própria vida. Sabem de palavras, mas sua postura não é imitável. Já dizia Jesus: Obedeçam ao que eles dizem, mas não sigam o exemplo deles. Porque eles não fazem o que mandam vocês fazerem (Mateus 23:3). Tudo começa dentro de si. Porque quando você adorar, as pessoas entenderão que não lhes resta nada além de adorar também.

Eu amo musica, amo a sinfonia dos instrumentos e a beleza dos sons em harmonia. Mas em termos de ministério as vezes basta uma voz e um violão. Melhor é ter todos os instrumentistas fazendo parte da equipe, mas devemos priorizar o ministério. Há de se gastar tempo em ensaios, mas também há de se gastar tempo de ensino, de discipulado, de acompanhamento. Há de se tornarem verdadeira equipe orando e jejuando uns pelos outros. Há de chegarem para ensaiar com ressalvas a respeito da palavra que leram durante a semana. Há de se ter a fumaça da presença de Deus nos ensaios, pois aí saberemos que não precisa ter expectadores para que venhamos mostrar nossa adoração à Deus.

Paz e bem.