domingo, 15 de agosto de 2010

Refletindo sobre reconciliação...


Qual foi o principal ministério de Cristo? Para mim foi a da reconciliação. Sua vida, sua morte e sua ressurreição tiveram um objetivo: reconciliar o homem com Deus. Deixar a “glória” e vir a este mundo, sofrer e morrer por homens pecadores, ingratos, e ressuscitar para nos dar vida em abundancia, é uma obra completa e maravilhosa. O Pai ansiava tanto por essa reconciliação que enviou seu Filho Único, viu-o sofrer, ser humilhado e morrer! Mas Eles sabiam que era por um motivo, que para Eles, era o único que importava.

Desde a queda de Adão, Deus ansiava por essa reconciliação. Ansiava restaurar o seu relacionamento mais intimo com toda a humanidade, com todos os homens. Esse relacionamento é tão importante para Ele que não poderia ter sido um sacrifício menor que o de Cristo. O preço foi alto, porque a importância é de grande valia. Deus não criou o homem para se divertir, como alguns pensam, nem para o abandonar em seus desejos e paixões. Deus criou o homem porque desejava um relacionamento intimo e profundo, assim como ele tinha com Adão.

Adão foi o primeiro a errar o alvo. Ouviu seus desejos, e sua vontade, acreditou que poderia tomar suas próprias decisões, e achou pesado demais esperar e depender do Pai. Se não fosse ele, seria qualquer um de nós. O nosso livre arbítrio nos leva sempre à independência do Pai. Mas olhar para Cristo sempre nos leva aos braços desse Pai amoroso, perdoador e restaurador. Quem aceita esse sacrifício de Cristo, reconhece que é pecador e que precisa da cruz para se reconciliar com Deus, passa a viver uma nova vida. A única vida verdadeira.

Mas e quem não aceita? Como pode uma pessoa viver a vida toda sem se reconciliar com o Pai? Qual o sentido da vida dessa pessoa? O que a faz não se render aos encantos do amor de Cristo? O que a impede de se entregar e viver a única emoção que realmente vale a pena aqui na terra? Eu tive essa experiência com Cristo há 11 anos. E hoje me pergunto o que seria de mim sem Cristo. É Ele que me faz levantar, andar, respirar, pensar, desejar. Ele é tudo pra mim. E tudo que sou vem dele.

Aonde as pessoas buscam sonhos e esperanças? Aonde encontram força para enfrentar as dificuldades da vida? Pode mesmo o trabalho e o dinheiro preencher um espaço que deveria ser de Deus em nossas vidas? O Evangelho é simples: reconhecer que somos pecadores e nos entregar à Cristo para que Ele faça de nós o que bem quiser. Basta crer e aceitar. Basta dizer a Ele que se crê em seu sacrifício e em seu perdão, e deixa-lo conduzir-nos por um caminho de mudanças. Mudanças de pensamentos, conceitos e valores. Mudanças de atitude, de gestos e de perspectivas.

Cristo vive! Ele é vivo e está entre nós. Ele quer se relacionar comigo e com você. Quer fazer parte de nossas vidas. Quer nos ensinar, nos ajudar, nos consolar. Nos carregar no colo quando pensamos que não agüentamos mais. Quer segurar nossa mão, quando achamos que estamos caindo em um poço profundo. Quer nos colocar debaixo de suas asas quando achamos que vamos enlouquecer. Quer nos dar esperança (verdadeira) quando achamos que tudo acabou. Quer fazer parte de nossas decisões, de nossa vida.
Não há outro interesse de Cristo em nós, a não ser de estar ao nosso lado em todo tempo.

Um dia uma amiga me perguntou: “Como posso acreditar que Deus existe?”. Minha resposta foi: “Como você pode não acreditar que Ele existe?”. Basta olhar ao redor, toda a perfeição do universo, como tudo se encaixa perfeitamente. Bastar olhar para si e sentir o ar entrando e saindo de seus pulmões. Basta olhar para sua vida e avaliar se seria possível estar onde está, sem a intervenção de um ser supremo, superior e amoroso. Basta olhar para tudo que tem e conquistou, que na sua opinião, pode não ser tudo o que sempre quis, mas se reparar é muito mais do que precisa para viver.

Tudo nessa vida é opção. Tudo o que vivemos depende de uma escolha. E tudo o que escolhemos tem suas conseqüências, sejam elas boas ou ruins. Mas nossa principal escolha é aceitar a Cristo. Em nossos corações, de lábios, de atitudes. A bíblia não é só um livro. Jesus não foi apenas um profeta. As historias bíblicas não são apenas contos. O amor de Deus não é para alguns. O amor de Deus é para todos quantos se dispuserem a crer nele, a confessar seu nome, a crer em seus milagres. O milagre de uma nova vida, de um novo ser, que desponta depois que conhece o verdadeiro sentido da vida: adorar e se relacionar com o único Deus verdadeiro: Jesus!

Este na verdade é um desabafo. Uma voz que ecoa dentro de mim e deseja ardentemente que meus amigos, meus parentes, meus pais e meus irmãos, possam abrir o coração para esse Deus maravilhoso e desfrutar de um sentimento único, verdadeiro, e entender o sentido da vida.
Uma voz que ecoa trazendo a responsabilidade de pregarmos a simplicidade do evangelho, não apenas com palavras, mas com nosso testemunho. Testemunho de paz, de verdade, de compaixão, de amor e de alegria. Deixando transparecer através de nós a vida de Cristo, e não nós mesmos.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Definições de Fé...

Alguns amigos me ajudaram a definir a fé cristã.
Se desejar inclua nos comentários a sua definição de fé cristã.



"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem."

Hebreus 11:1


“Fé é crer no poder de Deus. Crer em sua soberania, sabedoria e em seu infinito amor por nós. De tal forma que confiamos nele, dependemos dele, e acreditamos que todas as suas decisões são as melhores para nós, mesmo que nossos olhos – limitados – não possam enxergar tamanha magnitude, de como as coisas são realmente.”

Elizabete Rodrigues.


“Fé é ter o ânimo capaz de impelir alguém que, tendo, até, outra alternativa, ainda assim, escolhe dar um salto no escuro, num lugar intangível e desconhecido, sob a simples confiança na palavra de alguém que não se viu e nem se pode ver, mas garante que, no final, vai dar tudo certo.”

Josué Sirqueira - Advogado


"A fé pode ser definida em dois elementos: crer e confiar, sendo o crer um estado de predisposição e o confiar uma ação de entrega."

(By Eliézer Gomes) - Seminarista SETAL


"Fé, acreditar firmemente que aquilo que se deseja, ou se necessita acontecerá, ainda que aos olhos pareça impossível. Desafio ao ser humano a colocar a sua capacidade de acreditar além do natural, mas no impossível. Exercício proposto por Deus para provarmos a confiança que conseguimos depositar Nele. Maneira sobrenatural de se alcançar o impossível."

Camila Costa - integrante Teatro Povo Escolhido

Refletindo sobre a fé...

“Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos... E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados”

Hebreus 11: 33-34, 36-37

Em uma conversa descontraída com uma pessoa muito querida, surgiu essa reflexão. Não apenas do que é , mas para que nos serve a fé cristã. No contexto atual é tão natural assimilar à aquisição de bens materiais, que muitas vezes não nos questionamos se isso é realmente cristão, isto é, se esse é um ensinamento bíblico e se está de acordo com o Evangelho de Cristo. Quando passei a refletir, a resposta foi clara e objetiva: NÃO, a fé não nos serve para adquirir bens. Mas então, para que nos serve a fé?

Acreditar que de acordo com a nossa fé, será nosso poder aquisitivo, é ignorar as questões naturais que nos levam à melhores condições financeiras. Obviamente pessoas que nascem em uma família estruturada, terão oportunidades de avançar nos estudos e cursos, terão uma aparência mais adequada ao mercado, e consequentemente maior chance sobre as vagas de liderança e chefia, que são as que pagam mais. Isso não exime o esforço pessoal que cada um tem na convicção de seus estudos e da importância dele para sua carreira.

Eu, por exemplo, não priorizei os estudos em minha vida. Minha mãe não tinha condições de me manter em estudos avançados, mas sempre me incentivou a isso. Eu não quis. Hoje, aos 32 anos, percebo onde poderia estar profissionalmente se tivesse investido nisso. Poderia ter um inglês, um curso superior, e ate mesmo uma pós-graduação. No entanto, minha atual função de atendente reflete minhas decisões, de apenas trabalhar e cuidar do lar. E quem me conhece sabe que eu teria êxito se tivesse a formação adequada.

Então, não adianta agora eu fazer “confissão positiva” e almejar um cargo de gerencia ou diretoria; não há fé que me leve a essas funções! É claro que creio que ainda sou nova e posso lutar por essa formação, mas só a fé não me levará a isso, é necessário a minha resposta natural às coisas naturais. Sendo assim, na maioria dos casos a vida financeira é resultado de escolhas e decisões que tomamos em toda a nossa vida influenciada das decisões e escolhas efetuadas por nossos pais e familiares.

Outro ponto que me incomoda nesse pensamento de “tamanho da fé = bens que possuo”, é que como podemos medir nossa fé pelos bens que possuímos? Seria isso justo? Claro que não! Dizer que eu hoje, que possuo um carro popular antigo, uma casa alugada e um emprego, tenho menos fé do que alguém que tem casa própria e carro do ano; ou pior ainda, que tenho mais fé que um missionário que vive na África sem a certeza de um sustento mensal, ou um irmão chinês que vive sendo perseguido. Essa seria a medição real da fé que possuímos?

O que é mais fácil? Ser dono de uma pequena empresa que lucra todo mês, ou ter um emprego que paga o suficiente para suprir suas contas no final do mês, ou viver sem nem saber quantas pessoas vão ofertar em sua vida para que você possa prosseguir com o trabalho missionário? Nesses casos quem exerce mais fé? Se sua definição de fé for que ela é o trampolim para obter bênçãos, então quanto mais se tem mais ele exerce a fé. Mas se sua definição de fé for crer e confiar, então quanto mais temos, menos precisamos depender de Deus.

“Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.”
Atos 14:22

Jesus nos ensina sobre a fé, explicando o poder dela em nossas ações. Mas em nenhum lugar da bíblia a fé está associada a bens materiais, e sim a necessidades pessoais de cura, salvação, libertação e tribulação. A fé deve ser exercida para nossa vida com Deus, vida de dependência e confiança, que só é possível através da fé. Não há como crer e confiar em um Deus invisível, sem a fé. É ela que nos leva ao relacionamento pessoal que temos com Deus, é ela que nos faz acreditar na supremacia da Palavra, é ela que nos ajuda a permanecer no caminho através do Espírito.

Para mim não há cristianismo sem fé. E não só a fé que falamos, mas a ação da fé através da salvação, das curas e dos milagres. A manifestação da fé é parte importante do evangelho de Cristo e deve ser exercido por todo cristão. A fé nos traz paz, esperança, segurança, e nos conduz para o centro da vontade de Deus. Porem devemos sempre refletir para que temos usado a nossa fé. Eu quero usa-la sempre para confiar em Deus, mesmo não entendendo e não compreendendo, mas sabendo que aquele que prometeu é fiel e justo para cumprir.

Ter fé em Cristo não é o mesmo que ter fé na fé, como se tudo que eu tiver fé obterei. Mas ter fé em Cristo é esperar, confiar, depender e acreditar que Ele é soberano, que Sua vontade para nós é além e mais excelente dos que as nossas vontades. É abrir mão e ser “louco” ao olhos dos outros. É esperar pela vida vindoura, sabendo que nesta vida talvez viveremos tribulações, e perseguições, e tristezas, e frustrações; e que nada disso determina nossa fé, mas sim fortalece nosso relacionamento com o “autor e consumador da fé”.

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”
Gálatas 2:20



No amor e na paz de Cristo

domingo, 25 de abril de 2010

Refletindo... sexo, pecado?

“Joguem fora o velho fermento do pecado para ficarem completamente puros. Aí vocês serão como massa nova e sem fermento, como vocês de fato, já são. Porque a nossa festa da páscoa está pronta, agora que Cristo, o nosso cordeiro, já foi oferecido em sacrifício. Então vamos comemorar, não com o pão que leva fermento, o fermento velho do pecado e da imoralidade, mas com o pão sem fermento, o pão da pureza e da verdade”.
(1Co 5:7-8)

Estive refletindo sobre a banalização do sexo em nossos tempos atuais e suas conseqüências dentro da igreja. Esse é um assunto delicado, mas necessário. Tendo eu a pretensão de que a maioria dos leitores do meu blog sejam jovens, então esse assunto realmente se faz necessário, para que possamos refletir juntos, e com a ação do Espírito tocar o coração de alguns.

Por um lado temos o mundo e seus prazeres. O comportamento jovem responde a uma estrutura de boates e músicas que impulsionam um ambiente propício a relações sexuais. Não há pudores, não há mais tradição. Só há estimulo e indução de prazer sem limites e sem preconceitos. Homens e mulheres, ou melhor, jovens e adolescentes, não se importam mais com a beleza do ato sexual e o utilizam como prazer momentâneo.

Sim prazer momentâneo. Que no dia seguinte, por melhor que tenha sido a transa, para a mulher fica o vazio e a esperança que o rapaz a procure novamente; e para o rapaz sobra o cansaço e a busca por outra que consiga lhe trazer mais prazer que a anterior. Não há responsabilidade, não vínculos, não há interesse mutuo. Só há uma busca desenfreada por uma satisfação que nunca será suprida por esse tipo de relação.

Por outro lado temos a opressão da igreja. A igreja não se coloca na posição de ensino, mas sim numa posição ditatorial. Diz que é pecado, mas não explica o porque. Fecha os olhos para a realidade nua e crua de que cada vez mais os jovens cristãos não se preocupam em esperar pelo casamento para obter relações sexuais. Fingem que nada está acontecendo, que seus jovens se santificam, e que esse é um problema que acontece só na igreja vizinha.

Mas a verdade é que com a pressão e banalização do sexo pela sociedade, o jovem cristão acaba por ceder aos encantos do pecado, por não ter a instrução correta através de seus mestres nos ensinos bíblicos. Acaba por se iludir com frases demoníacas do tipo: “isso é normal entre duas pessoas que se amam” ou “como poderei me casar sem saber que o sexo é bom?” ou ainda “foi Deus quem fez o sexo, então não é pecado”.

Uma das astúcias de satanás é distorcer a verdade. Pensar que o sexo é licito fora do casamento é não ter conhecimento real do propósito do sexo para um casal. O sexo liga as duas almas da forma mais intima que se pode ter naturalmente. Por isso o casamento é tão importante na vida de uma pessoa. Por que o amor da amizade, dos pais e de irmãos, jamais completa um homem como o amor vivido entre duas pessoas dentro de um casamento.

O namoro nada mais é que o período de experiência, para que se verifique as compatibilidades naturais entre duas pessoas. Quando as afinidades são evidentes o sentimento se intensifica e então é que as vidas começam a se unir de forma mais intima. Passam a conhecer as famílias um do outro, começam-se os planos, e o casal vai desenvolvendo a tolerância às diferenças e usufruindo das vontades em comum.

Para o cristão esse período é mais que um processo. É o encontro de chamados ministeriais, de sonhos espirituais, de desejos em relação ao propósito de Deus para suas vidas. O casal deve então considerar a família do outro, os projetos do outro e verificar se os ministérios são aliançados ou não. Quando sim, devem passar a construir um relacionamento sólido embasado no amor de Deus e em sua santidade.

Quando Deus criou o sexo como selo do casamento (Gn 2:24), e quando Paulo nos ensina a casar ao invés de fornicar (1Co 7:9), mostra o cuidado de Deus para que o homem não transforme essa relação intima em apenas prazer carnal. O sexo é bom, mas quando feito fora do casamento é visto, como nos ensina a palavra de Deus, como fornicação, prostituição e adultério.

Quando um casal opta pela santidade, e aguarda o casamento para ter relações sexuais, estão na verdade optando por um desafio maravilhoso: encontrar bases sólidas para seu relacionamento. O casal passa a ter que descobrir amor em outras atitudes. Eles aprendem a se amar e respeitar de uma maneira mais completa. Devem encontrar equilíbrio, alegria, prazer, em momentos simples com a família, com os amigos, na presença de Deus.

Um namoro que encontra esse tesouro, estará pronto para enfrentar os apuros do casamento. Um casal que precisa do sexo para se completar, jamais terá forças para transpor as dificuldades que um casamento traz. Um namoro enfermo, precisa do sexo para se auto-afirmar, mas um namoro saudável, mesmo sentindo vontade, encontra na beleza dos outros detalhes, o prazer de estar um ao lado do outro. Um namoro que precisa de sexo é porque não tem encontrado alegria e prazer em apenas estar com a pessoa.

A santidade traz vida abundante para o casamento. Sexo antes do casamento é sinal de namoro com problemas, ele tenta preencher um vazio, mas acaba sendo um abismo (pecado), chamando outro abismo (peso do pecado ou morte espiritual). Quando esperado para o casamento ele se torna símbolo de prazer, alegria, intimidade, porque o casal já está alicerçado no prazer mutuo, e ele passa a ser conseqüência do amor verdadeiro, ao invés de fuga para uma vida frustrada.

Como então entender esse propósito de Deus para nossas vidas? Confiando em Deus. Se entregando à ele. Sabemos que no ardor da vontade, e no momento da situação, é mesmo difícil segurar a carne. Por isso a espiritualidade deve ter um lugar seguro em nosso coração. Saber que precisamos de intimidade com Deus para manter um namoro santo e sem máculas. Precisamos ter vida de oração, de leitura bíblica e de adoração ao Senhor, para conseguirmos compreender suas verdades bíblicas para os relacionamentos.

Não é apenas um ato. É pecado. Então devemos trata-lo com arrependimento, contrição e atitude. Não adianta apenas ter conhecimento da palavra, devemos pratica-la, em todo tempo, inclusive nos momentos em que ninguém mais vê... mas Deus sempre está vendo tudo. Não temos o poder de ditar o que é pecado ou não – eu já disse isso antes. Mas devemos saber que a responsabilidade das escolhas de nossos atos são nossas. Eu decido obedecer a Deus, mesmo sem compreender. Eu decido me santificar, por que meu Senhor é Santo.

Eu decido esperar, porque quero viver o verdadeiro amor, entre um homem e uma mulher. Um amor companheiro. Um amor amigo. Um amor que respeita os interesses, as vontades. Um amor que admira as qualidades. Um amor que ensina a ser uma pessoa melhor. Um amor que soma. Um amor que enfrenta as dificuldades, que transpõe as barreiras. Um amor que traz paz, esperança e alegria. Um amor que só é amor porque tem a sabedoria do Espírito como guia.


No amor e na paz de Cristo.

sábado, 10 de abril de 2010

Refletindo: renovação da mente e transformação...

"Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te."
(2Tim 3:2-5)


Nesses tempos de apostasia cristã, de banalização do evangelho, da distorção da palavra, e da criação de novas doutrinas – que nada tem a ver com a doutrina bíblica; uma pergunta ecoa em nossos corações: “Como pode alguém que experimenta do relacionamento com Cristo, se desviar do seu Evangelho verdadeiro?”. O amor que sentimos por Deus e pela Sua palavra nos traz uma inquietação sobre isso, nos faz refletir aonde isso tudo vai chegar.

Eu particularmente acredito que isso tudo vai parar no inferno, queimando junto com satanás... Mas há quem me ache radical quanto a isso. Porém se continuarmos a leitura da passagem acima veremos que estes resistem a verdade e já corromperam os seus pensamentos, enquanto a palavra é quem traz a sabedoria para a salvação. Muitas vezes não queremos aceitar, mas a palavra nos diz que essas pessoas estão perdidas, ou melhor: dementes, loucas, alucinadas!

É importante lembrar que Paulo se referia à falsos mestres. Pessoas que ensinavam errado e ainda perseguiam os que pregavam a verdade. Acho que não há diferença do nosso contexto atual. Falar a verdade, expor o verdadeiro evangelho, muitas vezes é motivo de chacota e descrédito, tamanho o mal que os falsos mestres de hoje tem feito à igreja de Cristo. Porém voltemos à pergunta inicial: “Como pode alguém que experimenta do relacionamento com Cristo, se desviar do seu Evangelho verdadeiro?”

Eu sei que há divergências teológicas quanto a esse respeito. E não é minha intenção, nem presunção, fechar a questão nessas linhas. Como sempre, gostaria apenas de nos fazer refletir sobre isso. É lógico e claro que, como minha tendência é Arminiana, minha reflexão seguirá essa linha teológica, porém gostaria que independente disso, você estivesse aberto a considerar minha reflexão, e refletir juntamente comigo.



"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."

(Romanos 12:2)



Para mim, esse é o versículo chave para a resposta que estamos buscando. Ele é para mim, rico de respostas e explicações para o que temos vivido em nossa atualidade. Primeiro Paulo nos ensina a não nos amoldar ao mundo. E o que mais temos visto é uma igreja que se amolda aos padrões do mundo para buscar satisfações pessoais. Festas, shows, mega-batismos, tudo isso é uma forma de se auto-afirmar e competir com o mundo. Quando na verdade nossa função é fazer tudo diferente do que o mundo nos propõe.

Outro ponto, e para mim o mais importante, é que Paulo nos chama a renovar a nossa mente para uma transformação. Vemos hoje as pessoas “aceitarem” a Cristo e até se batizarem, sem compreenderem o que significa esse aceitar a Cristo como Senhor e Salvador. A igreja impõe uma mudança totalmente visual, ao passo que a mudança moral não é enfatizada. Muitos até falam do básico como matar, roubar e adulterar; mas a conduta, os conceitos, a forma de pensar, os desejos, as vontades, esses acabam sendo ignorados de uma forma geral.

A igreja talvez não faça idéia do quanto isso é prejudicial ao corpo de Cristo e quanto traz enfermidades através dessa falha. O fato de não haver uma compreensão exata de que sem a renovação da mente não há transformação genuína e eficaz, leva o crente, ao longo do tempo, a não se preocupar com os valores cristãos e a trazer a tona seus instintos mais torpes. Já não discerne mais a palavra verdadeira, não se preocupa com o julgamento final, se tornam “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus”, e acabam “tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”.¹

É necessário uma renovação da mente para que não haja apenas mudança, mas verdadeira transformação. Muitos mudam, mas com o tempo voltam a ser quem eram. A soberba, a auto-suficiência, a independência, o egoísmo, o orgulho, tudo isso e muito mais volta a ser uma constante na vida do crente; que muitas vezes se apega aos dons que Deus lhe deu para justificarem suas atitudes, e se afogarem no lamaçal que Cristo os tirou – e voltam para lá com suas próprias pernas.

Precisamos nos transformar em Cristo. Renovar a nossa mente através do Espírito para conseguirmos assimilar nossa nova vida. O Reino de Deus nada tem a ver com os moldes mundanos. Quando nos convertemos mudamos totalmente de direção, não só apenas de estrada, mas de mundos! Transformar nossos desejos carnais em vontades espirituais é duro e doloroso, mas totalmente necessário. Viver a vida que Cristo nos propõe é muito mais do que simplesmente levantar a mão e dizer “te aceito Jesus”

Somente uma mente renovada pode compreender os conceitos de Cristo quando nos ensina que “o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve.”²; a amar nossos inimigos; a dar a outra face; a se sujeitar e suportar uns aos outros; a perdoar 70x7 vezes ao dia; a largar tudo e segui-lo, entre outras coisas que Cristo nos ensina. Muitas dessas ordenanças de Cristo não são compreendidas como literal, pois a nossa mente não está renovada o suficiente para recebe-las exatamente da forma como Cristo falou.

Usamos, então, de argumentos pessoais e teológicos para nos eximir da responsabilidade de fazer exatamente como Cristo nos ordenou! Todas as vezes que Cristo falava dessas posturas e conceitos morais, ele não se utilizava de parábola, ele era claro e objetivo. Está escrito, é só ler! No entanto, disputamos posições, desejamos bens materiais, colocamos nossa vida como prioridade; e todas essas coisas entram em desacordo com os ensinamentos de Cristo. Desejamos honra, gloria e poder, mesmo sabendo que esses atributos divino não são comunicáveis à nós!

Sem a renovação da mente jamais entenderemos que a vontade de Deus é perfeita, porque sempre questionaremos seus meios. Sem a renovação da mente jamais entenderemos que a vontade de Deus é boa, porque na bondade de Deus se manifesta sua justiça, e isso é demasiadamente difícil para nós em nossa compreensão natural. Sem a renovação da mente jamais entenderemos que a vontade de Deus é agradável, porque às vezes sua vontade trás dor, sofrimento, perseguição, e o conceito que temos de coisas agradáveis não se relacionam com essas verdades.

Sem a renovação da mente nunca entenderemos como os valores de Deus são opostos aos de nossa natureza pecaminosa. Nunca entenderemos os planos de Deus para nós. Nunca entenderemos que nossos bens devem ser repartidos com os que não tem. Sem a renovação da mente nunca entenderemos que esse mundo jaz no maligno e que não fazemos mais parte dele (apesar de vivermos nele). Sem a renovação da mente, não há confiança, não há entrega, não há disposição de largar tudo. Não há vida de Deus em nós.

No amor e na paz de Cristo.

¹ II Timóteo 3:4,5
² Lucas 22:26

sábado, 13 de março de 2010

Refletindo: Fé Pirata...



Durante minha estada em São Paulo, estive passeando muito pelo Centro da Cidade. Além das variedades de raças, estilos e comportamentos, o que mais se vê em suas ruas do centro, são a variedade de produtos piratas vendidos por ambulantes. Em todas as ruas, praças, calçadas... Em todo redor se vê vendedores ambulantes de tudo que imaginar. Desde perfumes, chinelos, até pilhas e celulares... Mas todos os produtos são falsos.


No Bairro da Liberdade, bem próximo à Praça da Sé tem uma rua chamada Conde de Sarzedas. Nela se encontram todos os tipos de artigos evangélicos. Para todos os tipos, gostos e tendências teológicas. Lojas e galerias são repletas de variedades, desde roupas, livros, até acessórios para bíblias, broches, xícaras... Tudo! Mas infelizmente me deparei com algo horrível de ver, aos olhos de um cristão que deve ser o não na terra do sim.


Naquele lugar também existe ambulantes vendendo produtos (evangélicos) falsificados. Mas isso nunca me surpreendeu. Não concordo, não compro, e não tem como se saber se a pessoa que está vendendo tem noção do que ela está fazendo. Agora, desta vez, me deparei com lojas vendendo DVDs de filmes evangélicos pirata. Fiquei chocada! Não foi uma, nem duas lojas... E eu fiz questão de perguntar se eram originais (já que o preço sugeria que não pudesse ser original), e a resposta foi como se fosse a coisa mais normal do mundo.


Alguns evangélicos se consideram mais crentes do que os outros por causa de seus cabelos longos, e as saias cobrindo toda a perna. A pessoa que me atendeu tinha essa aparência, mas nem se envergonhou de dizer que estava vendendo produtos falsificados! Eu confesso que saí da loja sem ar, sem respirar, e meu sentimento foi de querer sentar no chão e chorar. Lembrei-me de Cristo, e acredito, que pela primeira vez, compreendi o que ele sentiu quando entrou no pátio do templo e começou a expulsar a todos (João 2:13-17).


Essa cena não me sai da cabeça. Venho refletindo sobre isso desde então. E cheguei à conclusão óbvia de que nossos atos expressam o que está dentro de nós. Se hoje somos capazes de vender e comprar produtos piratas, se somos capazes de simplesmente gravar musicas ao invés de comprar cds (originais, por favor!), se não nos importamos com a procedência do que adquirimos... Então cabe dizer que não nos preocupamos com que tipo de fé temos vivido.


Deixamos que as anormalidades do mundo se tornem normais para nós. Falamos de santidade e sacrifício, mas quando nos é conveniente compramos celulares de mercado negro, DVDs pirata, enfim o produto falsificado que eu estiver precisando no momento. E não falo aqui de produtos evangélicos, não. Estou falando de produtos seculares que adquirimos o tempo todo, todos os dias. Confesso que às vezes torna-se uma tentação adquirir alguns produtos piratas, mas quando penso na exploração trabalhista, na ilegalidade e na qualidade inexistente nesses produtos fica mais fácil resistir.


Já parou para pensar que nossa fé pode também ser pirata? Algo falso, superficial, sem garantias e que não será eterna? Por que se nossas atitudes são reflexos do que somos, então estamos acostumados com coisas falsas, com atitudes falsas, com palavras falsas. Meu maior questionamento é se temos acreditado que o Evangelho é verdadeiro. Porque Ele deve ser a mola propulsora de nossas vidas, tudo o que fazemos e decidimos deve ter Ele como padrão, como referencial.


Se não temos o Evangelho por verdadeiro e real, então fica fácil de entender porque nos apegamos a símbolos e atos proféticos com tanta facilidade. Fica claro porque aceitamos um “evangelho” de prosperidade e egoísmo, justificando a nossa ambição e individualismo. Fica notório que não esperamos pela volta de Cristo e que o inferno passa ser em nossas mentes um lugar figurativo, e se ele existir com certeza não é para nós!


É interessante pensar que aquele que diz “compro por que não tenho dinheiro” tem mais dinheiro dos que não se vendem e nem se falsificam. E é interessante pensar que os que menos crêem, e os que menos vivem o evangelho, são aqueles que estão em posição de liderança. Que tem uma facilidade maior de compreender o Evangelho de Cristo, e que tem a função de transmitir esse Evangelho em sua íntegra. Mas como pregarão se não acreditam? Como viverão um Evangelho puro e verdadeiro, se estão lambuzados de mentiras e falsidades?


Eu acredito que nas pequenas coisas nossa fé transparece, fica lúcida e clara. Nossa missão é pregar o Evangelho, mas não seremos persuasivos se não vivermos o evangelho. Ninguém acreditará em nós enquanto a verdade ficar oculta e o rosto que aparece é de sorriso falso e atitudes suspeitas. Ninguém precisa de mais falsidades. O mundo deseja a verdade, deseja sinceridade, deseja Cristo. Mas jamais mostraremos quem Ele realmente é enquanto nossas atitudes não convencerem.


É hora de refletir... que tipo de fé temos? Que tipo de Evangelho vivemos? Qual testemunho apresentamos de Cristo? A pior parte ao responder essas perguntas é quando você, se conseguir responde-las com sinceridade, se deparar de quanto se utiliza de conveniências para justificar seus atos. Mas avalie, pense e conclua, se é melhor viver na contramão aqui e confiar em Cristo, ou se é melhor acreditar na ilusão de que nossos atos não nos levarão à condenação.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Refletindo sobre as riquezas...

Estava eu fazendo minha leitura bíblica, quando comecei a refletir sobre a importância das riquezas. Sei que a Palavra de Deus é farta de versículos que falam sobre elas, mas parece, então, que mesmo sendo muitos, estes versículos passam despercebidos aos olhos dos grandes líderes atuais. Para ser sincera, às vezes me questiono se esses líderes lêem mesmo a bíblia... Sei que parece julgamento, mas pode mesmo alguém que possui o Espírito de Deus, lendo a bíblia, querer ser rico?

Não, não estou aqui para pregar a pobreza. Mas será que a busca pelas riquezas pelos cristãos é algo genuíno do caráter de Cristo? Sabemos que não. Quem sabe? Todos sabemos. Está claro em todo Novo Testamento, que Jesus jamais pregou riqueza, que os apóstolos não foram ricos, e que o evangelho nada tem a ver com o que se prega hoje sobre prosperidade. Eu vivo a prosperidade, a cada dia em minha vida. E posso garantir que nada tem a ver com essas pregações.

“Um escravo não pode servir a dois donos ao mesmo tempo, pois vai rejeitar um e preferir o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês NÂO podem servir a Deus e também servir ao dinheiro.”
Lucas 16:13

Comecemos a refletir através de Lucas 16:13 em diante. Jesus estava falando sobre honestidade e fidelidade. No versículo posterior a bíblia diz que os fariseus riram “porque amavam o dinheiro”, e Jesus responde que “aquilo que as pessoas acham que vale muito não vale nada para Deus”. Essa passagem deixa claro que os valores humanos sobre a riqueza são abominação para Deus. E o mais interessante é que logo após esse episódio Jesus expõe a parábola do rico e do Lázaro, ilustrando bem e ratificando exatamente o que queria dizer.

Como poderemos então “pregar” que as riquezas do mundo migrarão para igreja? Quem quer isso? Jesus não quer, disso tenho certeza. Essa gana por uma prosperidade anti-bíblica não vem senão do deus deste século. É ele quem tem cegado as multidões. É à ele que essas igrejas estão servindo. É ele quem se importa com as riquezas terrenas, pois jamais poderá desfrutar das riquezas celestiais, que nos foi prometida por nosso Mestre.

“Vocês dizem: somos ricos... mas não sabem que são miseráveis, infelizes, pobres, nus e cegos.”
Ap 3:17

A ganância no meio evangélico retrata uma igreja doente, debilitada, fraca, com valores totalmente distorcidos. Esqueceram-se da verdadeira missão da igreja. Esqueceram-se do que realmente tem valor para Deus. Chamam Jesus de pastor e mestre, mas na verdade não conseguem confiar em suas palavras, não conseguem seguir os seus passos, não conseguem levantar e caminhar pelo verdadeiro caminho. Comeram alimento envenenado por satanás, e ao longo dos anos foram definhando e se rendendo às ciladas do inimigo.

Buscar riquezas através de Cristo é um erro. Ele não quer nos enriquecer com coisas materiais. Ele quer fazer de nós pessoas ricas espiritualmente. Cheias de palavras de conforto, amor, amizade. Quer fazer de nós um povo misericordioso e não ganancioso. Ele não quer que fiquemos em nossas mansões, tomando banho de banheira e indo à igreja com nossos carros importados. Não, Jesus não quer isso. O que Ele deseja é um povo que divide suas riquezas, que larga tudo e vai em busca de Sua vontade. Um povo que olhe para o mundo e não o deseje, mas conquiste todas as almas para o Seu Reino.

Jesus quer um povo que quando receber dele invista em Seu Reino. Não na igreja local apenas, mas no Reino. Precisamos de jovens que encham os cursos de Missões. Precisamos de servos que lotem os seminários. Precisamos de líderes que incentivem ações sociais. Precisamos de pastores que queiram realmente cuidar de ovelhas, limpando feridas, fazendo curativos, e não que sonhem com os números que elas podem significar, resultando em sucesso humano.

Sei que a igreja de hoje é fruto do que tem sido ensinada. Mas isso não é desculpa. Se somos servos do Rei, devemos buscar o que Ele tem para nós. Não podemos simplesmente nos alimentar de domingo à noite. Pode ser que o alimento que você está comendo esteja envenenado por Satanás. É necessário buscar a verdade bíblica, dia a dia. Basta ler. Ler a bíblia e não livros que tem por objetivo anulá-la. Basta orar e pedir discernimento à Deus. Basta olhar e ver que o caminho que estamos seguindo, não tem Jesus à frente.

“Jesus disse: se alguém quiser ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira...”
Mateus 16: 24-25


Não há desculpas. Muitas vozes têm se levantado nesses tempos, defendendo a verdadeira fé, o verdadeiro evangelho, o verdadeiro caminho. Só há um Deus, e Ele enviou seu Filho para que o seguíssemos. E sabemos que só há um caminho. Quem não trilhar por esse caminho, terminará queimado. E não será pelo fogo da glória. Ainda há tempo. Se quisermos seguir a Jesus teremos que ouvi-lo, porque as Suas ovelhas ouvem a Sua voz, e o conhecem, e seguem-no (João 10:27). Mas muitos tem ouvido vozes estranhas, e seguido ensinamentos anti-cristãos.

Não sou perfeita. Ninguém é. Não sou dona da razão. Mas não posso desprezar o encargo que Jesus colocou em nossas mãos: apregoar o evangelho verdadeiro. Se levantar como voz profética e apologética. Confesso que não é fácil. Isso não me traz muitos amigos. Mas não estou nessa terra para agradar homens e sim agradar o meu Senhor. E quero agradá-lo. E quero ouvi-lo. E quero seguir por Seu único caminho. E me alimentar de sua palavra e não das asneiras que saem da boca de satanás.

“Mas Deus lhe disse: ‘Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?’ Jesus concluiu: isso é o que acontece com aqueles que juntam riquezas para si mesmos, mas para Deus não são ricos.”
Lucas 12: 20-21

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Refletindo sobre Igrejeiros e Cristãos...

O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.
Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.
(João 15:12-15)

Igreja é relacionamento. Não há outra razão para a igreja local de Cristo existir. A fé e a salvação são individuais. Ninguém é digno de santificar outrem, ou de prestar contas em seu lugar diante de Deus. Não podemos aceitar a Cristo como Senhor e Salvador pelos nossos filhos ou pais. Sendo assim a igreja local é a reunião de cristãos, cheios de fé, que compartilham suas experiências, dor, dificuldades e vitórias.

O dicionário Aurélio define “relacionar” como “adquirir amizades”; e “amizade” como “sentimento fiel de afeição, estima ou ternura entre pessoas que em geral não são parentes nem amantes”, e ainda “amigo” como “companheiro, protetor”.

Para mim relacionamento é troca. Você dá e recebe. Ensina e aprende. Chora e sorri. E principalmente aprende a viver com todos os tipos de diferenças. Uma amizade torna-se cada vez mais verdadeira e profunda quando um aprende com o outro. Para mim quando Cristo declarou “mas tenho-vos chamado amigos” ele mostrou que seu relacionamento conosco vai alem de mestre e aluno, e também queria nos ensinar como deveria ser nossos relacionamentos.

Sendo assim fico refletindo que tipo de relacionamento temos hoje em nossas igrejas. Serão eles apenas superficiais, ou verdadeiros? São relacionamentos de “eu te amo” durante o culto, ou de convivência diária? Podemos chamar nossos irmãos da igreja de amigos, ou seriam eles apenas membros da mesma igreja? Sei que são perguntas fortes, mas o pior são as respostas que teremos se realmente as buscarmos.

Jesus é nosso melhor amigo. Nosso companheiro e protetor. E nós, o que somos uns dos outros? Gostaria que refletíssemos juntos sobre essas questões. Não no intuito de acusar, mas de nos trazer a realidade de nossa concepção de amizade, de como aprendemos a agir, e o quanto podemos mudar e melhorar. Toda mudança de pensamento é difícil, mas é ainda mais difícil mudar nossas atitudes. Precisamos fazê-las. Se queremos uma igreja forte e que exerce o verdadeiro cristianismo, precisamos entender que cabe a cada um de nós fazer valer o cristianismo aqui na terra.

Eu sou cristã. Você é cristão. Devemos, então, nos relacionarmos e sermos amigos. Não somente eu e você. Mas com todos. Independente da igreja em que congrega, da posição teológica, ou ate mesmo da segmentação religiosa que cada um escolhe. Devemos andar na contramão do mundo. Mas o mundo tem descoberto melhores amizades do que a igreja. O mundo tem compartilhado “sentimento fiel de afeição, estima ou ternura entre pessoas que em geral não são parentes nem amantes”, muito mais do que a igreja.

A igreja em células poderia representar bem essa amizade. Mas a partir do momento que ela centraliza a importância em apenas um grupo (o “meu” grupo) e toma posse das pessoas, e não amplia as amizades e vínculos, ela também não está exercendo cristianismo. Esta sendo apenas igrejeira. Porque o que temos em nossas igrejas são igrejeiros e não cristãos. Igrejeiros não tem visão de Reino. Igrejeiros se preocupam mais com status hierárquico, do com a amizade. Igrejeiros priorizam a denominação em detrimento do ser individual.

Os igrejeiros se relacionam apenas enquanto compartilham da mesma denominação local. Se abraçam, sorriem, dizem que são importantes uns para os outros, mas se o irmão parar de congregar ali, já não se falam mais, já não sabem o que fazem, e o caso se torna ainda pior quando passam a falar mal e a inventar fofocas só porque a pessoa não faz mais parte do “clube”. Mas o que mais me choca é quando o igrejeiro nem percebe a ausência de um irmão que simplesmente deixou de estar presente. Quanto vale uma vida? Qual a importância de um filho para o Pai? Temos nos preocupado com isso?

Sendo que na realidade quando alguém rompe com alguma denominação, está rompendo com o sistema religioso local e não com as pessoas. As pessoas são a igreja, uma unica família. Fazemos parte do mesmo corpo de Cristo, independente da congregação. Portanto isso não deveria fazer a menor diferença. Temos um só Pai, um só irmão, um só Espírito que nos guia. Os laços não deveriam ser rompidos, pois nossa ligação ao Sangue de Cristo permanece a mesma. Igrejeiros não agem como irmãos. Mas os cristãos seguem pelo mesmo caminho até a morte.

Não podemos ser igrejeiros. Devemos ser cristãos. Valorizar o ser integral. Aprender a nos relacionar com todos. Amar e se deixar ser amado. Um cristão que não se relaciona intimamente com outras pessoas, principalmente em sua igreja local, está com problemas em sua crença. Cristo se relacionou o tempo todo. Estreitou laços. Participou dos problemas de seus amigos, fez o que pode para ajuda-los. E por fim entregou sua própria vida para que seus amigos vivessem.

È importante ratificar, que amizade é uma via de mão dupla. Deve haver um interesse das duas partes. Mas é aí que devemos nos avaliar. Se nos importamos com as pessoas. Se nos deixamos aproximar-se delas, ou se apenas conhece-las superficialmente está bom. Não estou me referindo ao amor, este assunto é um ótimo tema para outra reflexão. Estou me referindo ao quanto é importante para nós nos relacionarmos em amizade uns com os outros. E o quanto a amizade pode mudar a vida de uma pessoa. E melhor ainda, como uma amizade pode mudar a sua e a minha vida.

Eu avaliei meus atos. Fiquei entristecida de saber que muitas vezes fui igrejeira. Espero que você também possa identificar se for um. E mudar. Priorizar pessoas e não instituições. Se interessar pela essência de cada um, e não apenas por números que norteiam a instituição. Ser amigo de um, e transformar esta vida, do que ser conhecido de muitos e não fazer a diferença na vida de nenhuma delas. O cristianismo é relacionamento. E relacionamento verdadeiro. Só assim, quando nos dispusermos a ser amigos, estaremos semeando o fruto que permanece.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Eu não quero perder a visão...

Estando eu ainda em São Paulo, consegui assistir à programação da minha - anteriormente - igreja favorita. E comecei a refletir sobre como eu sempre gostei muito deles. A bispa desta igreja sempre foi um referencial de mulher de Deus para mim. Seu testemunho, sabedoria, a forma como expressa a palavra de Deus, com amor e paixão. Suas canções sempre tão profundas e cheias de experiências com Deus. Não foi à toa que eles chegaram aonde chegaram. A história mostra um desligamento com a religiosidade, uma preocupação com a edificação dos jovens, um amor pela obra verdadeira de misericórdia e compaixão.

Olho para trás e entendo porque sempre gostei deles. Mesmo que eu nunca tenha congregado lá, desde da época que me converti e fui aprisionada em dogmas (locais e não universais) e religiosidade, eu ficava encantada com eles. A música despojada e eclética, as tatuagens e cabelos masculinos compridos, a ceia que não era imposta apenas a alguns privilegiados... Isso tudo tem um pouco do que tenho avaliado na atualidade. Além da impactante direção nas obras sociais e com usuários de drogas. A busca pelo relacionamento como “carro chefe” da igreja. Essa é a igreja com a qual sonho em congregar hoje.

Mas minha preocupação é perder o foco no caminho... E passar a priorizar bênçãos materiais e milagres financeiros e gastar, mensalmente, milhões com rede de TV e rádio. Hoje eu tenho a nítida visão de que Jesus não quer nos dar casas e carros, que ele não se preocupou com a vida material e também não quer que nos preocupemos com isso... “Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes” (Lc 12:23)... Isso é mais claro do que a água para mim. Que o ser humano, a família, o relacionamento com Deus e com o próximo é mais valioso do que qualquer riqueza que eu possa adquirir com meu trabalho e esforço.

A idéia de redes de TV e radio não é herética, e sabemos que acaba alcançando algumas pessoas. Sim algumas. Não muitas. Porque o que importa são os frutos que permanecem. E hoje os frutos que permanecem são aqueles que são ganhos para Cristo através de relacionamento e testemunho de vida. E a TV e o rádio não proporcionam essa proximidade. Acredito que alguns são ganhos através desses canais. Mas hoje eu compreendo que se esses milhões de reais fossem investidos em irmãos sedentos por se preparar para o campo missionário, e em trabalhos efetivos de evangelização a longo prazo, alcançaríamos muito mais nações e povos através do relacionamento interpessoal.

Quando as pessoas me chamam de pastora, me arrepio até a espinha. Porque se ser consagrado a pastor me levar a um caminho de cegueira e obsessão por números, como se igreja lotada significasse alguma coisa, se me fizer ter uma vida solitária e de aparência por não poder mostrar quem realmente sou, se me fizer clamar durante 30 minutos para que os fieis ofertem, utilizando de abalo emocional para que venham despejar cada vez mais dinheiro diante do “altar”, ou me fizerem burlar a lei e esconder dinheiro como se isso fosse a coisa mais normal do mundo... Eu vos afirmo: eu prefiro ser quem sou.

Uma faminta pelo evangelho verdadeiro. Uma sedenta pelo resgate da igreja verdadeira. Uma apaixonada pelo verdadeiro cristianismo. Uma sonhadora, que tem medo de avançar e perder o foco. Que está paralisada no tempo, com receio de seguir em frente e perder a visão mais maravilhosa que já possuiu: a de Cristo clamando por verdadeiros adoradores. Minha vida não tem sentido sem Cristo, sem o que realmente importa para Ele. Ele é o meu amado, meu Senhor e Mestre. Meu Pai e meu Rei. Tenho medo. Não quero perder a visão e usar o nome dele em vão.

Às vezes me sinto sozinha neste mundo. Às vezes encontro alguns irmãos que chamo de “insatisfeitos” como eu. Mas às vezes procuro e não encontro, um pastor que realmente se preocupe em agradar a Cristo, mesmo que isso signifique manter por toda a vida uma igreja que não passe de 50 membros... um cristão que não se contamine com o contrabando de produtos piratas... um irmão que está sofrendo e recebe visitas de seu pastor e dos irmãos da igreja em que congrega... Não vejo... não enxergo...

Mas o que posso fazer? Olhar para mim. Para meu ser insignificante. Para minha natureza pecaminosa. E saber que se eu vacilar, meus olhos irão se fechar, e eu posso começar a viver tudo que tenho repudiado hoje. Posso confiar em Deus e depender dele em todo o tempo. Esperar e acreditar que Ele sempre esteve, está e sempre estará no controle de tudo. Como criança me entregar. E ungir meus olhos com colírio para que eu veja (Ap 3:18) e jamais perca a visão.

É importante dizer que eu não escrevo sermões... mas apenas reflexões...