sábado, 30 de abril de 2016

Refletindo: ouro ou palha?





 “Alguns usam ouro ou prata ou pedras preciosas para construírem em cima do alicerce. E ainda outros usam madeira ou capim ou palha.” (1 Corintios 3:12)



Tenho observado as pessoas neste tempo. Tudo se tornou uma disputa. Seja no transito, no trabalho, entre os casais, entre os amigos, pais e filhos. Uma simples conversa se torna alvo de ter “alguém certo”. A disputa ignora o amor, o cuidado, o zelo, a preocupação, e traz à tona toda soberba, orgulho, independência e egoísmo dentro de si.

Isso se estende aos cristãos. Aquele que deveria servir, dar a outra face, deixar levar a túnica, andar mais um quilometro, lavar os pés, ser o último; lança sua teologia, sua religiosidade, suas teses, suas experiências como a única verdade avassaladora e destrutiva de tudo que não se encaixa no seu “check list” cristão.

Somos apenas diferentes como Paulo diz em 1 Corintios 12. Somos “membros” da igreja que deve se completar um ao outro se tornando o corpo de Cristo. Não existe uma disputa entre um e outro! Nossa disputa é com nós mesmos: quem somos, quem podemos ser (em Cristo), onde estamos e onde realmente podemos chegar (em Cristo), qual o preço estamos dispostos a pagar, tudo que realmente podemos renunciar.

Ser ouvinte da palavra não te torna um Cristão. O que te faz ser um cristão genuíno é ouvir (ler) a palavra de Deus e deixa-la transformar sua mente, seu coração, seu corpo, suas atitudes. E isso é decisão. E ela é individual. Se você toma sua decisão de avançar e subir o monte, ela é sua decisão apenas.

O que quero dizer? Que se o outro não decide ir aonde estou indo, isso não lhe faz pior do que eu. Se alguém não corresponde ao que eu ensino, isso não me faz melhor do que ele. Apenas tomamos decisões diferentes. E cada decisão vai levar a trilhar um caminho, que este sim podemos dizer que há um melhor que outro! (1 Co 12:31)

Então não somos uns melhores que os outros, mas sim podemos tomar decisões melhores. Não corro disputando com ninguém, mas uma melhor preparação me fará correr mais, e alcançar níveis mais altos. A minha decisão é somente minha, mas eu devo avaliar aonde ela vai me levar, e o quanto estou disposta a transformar minha mente medíocre em uma mente guiada pelo Espirito.

Em Deus não há limites, sendo assim eu decido se as aguas ficarão nos tornozelos (e isso significa que a pessoa tem sua parte em Deus e suas bênçãos) ou se buscarei aguas mais profundas (Ezequiel 47) onde o fluir de Deus nos sustenta, nos supre, nos purifica de nós mesmos e nos dá força para então fazer realmente algo relevante e não apenas construir a casa sobre a rocha (Mt 7:24), mas utilizar ouro, prata e pedras preciosas para construir em cima do alicerce (1 Co 3:12).

domingo, 10 de abril de 2016

Refletindo: vinho novo em odre velho?





“Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados. Não. Vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém quer vinho novo depois de beber vinho velho, pois diz: ‘O vinho velho é melhor’. 
(Lucas 5: 37-39 – grifo meu)

No Evangelho de João capitulo 6, depois da multiplicação dos pães, a multidão procura Jesus. E Ele diz que o estão procurando não porque entenderam os “seus milagres” mas por que ficaram satisfeitos na “carne” com o milagre. E começa a falar de uma comida que não perece, e dá vida! E Ele é esse alimento! Ele é o pão da vida!

Esse discurso ofende a mente religiosa que já sabia como fazer para buscar a Deus. Eles viam tudo que Jesus fazia, foram atrás de Jesus mas não criam nele, não compreendiam suas palavras. Como Ele poderia ser o “pão do céu”? Como poderiam se alimentar “da própria carne” Dele para viverem eternamente? Do que Jesus estava falando?

Hoje em dia não é diferente. Quando declaramos que o fazer não é mais importante que ser e estar diante de Deus, exercendo sacerdócio individual, aos pés de Cristo, bebendo e comendo Dele; que as obras não são o meio para se achegar a Cristo, mas a consequência de se estar com Ele o tempo todo; que Jesus precisa fazer em nós, para então se revelar através de nós; as pessoas respondem (não com palavras, mas com suas atitudes): “O que Ele ensina é muito difícil! Quem pode aceitar esses ensinamentos?” (João 6:60).

Isso acontece por que é muito “difícil abandonar velhos costumes e aceitar costumes novos” (Comentario Biblia NTLH). Isto é, “o vinho velho é melhor”! É bem mais simples dizer: “Jesus me chamou, Jesus me usa, já estou preparado”, do que reconhecer que estamos em um nível tão raso que os tormentos da mente ainda são brechas para satanás. É mais simples ir à igreja uma vez por semana e receber uma “porção”,  do que estar diante de Deus todos os dias comendo a coisa toda!

É mais simples orar pelos outros, do que entrar na presença de Deus, deixar Seu poder nos revelar quem realmente somos e nos transformar ao ponto de sermos parecidos com Cristo. Sim tudo isso é difícil! Mas só é difícil por que a carne não morreu, o orgulho não foi abatido, e o seu próprio “eu” não foi destronado.

Então você clama por mais de Deus, por ver sua face, mas quer que Deus se encaixe em seus desejos e vontades, que elevam seu ego e façam que as pessoas te elogiem (Romanos 12:3). Isso é odre velho! E todo o vinho novo se derrama e se perde. O primeiro passo para receber mais de Deus é se achegar a Ele reconhecendo que a porção de ontem (por melhor que tenha sido) já passou e que Ele tem uma nova porção naquele momento, para aquele dia, que mudará toda a sua vida e seu futuro. Isso é odre novo!

Então se nos apresentamos diante de Deus não por “entender o milagre” de tê-lo disponível em todo o tempo, mas porque Ele sacia nossas vontades, somos os mais “miseráveis, infelizes, pobres, nus e cegos” por não desfrutar da maior riqueza que podemos ter (Jesus), em não aceitar a mensagem Dele a respeito do Reino de Deus, por estarmos tão acostumados com ensinamentos e tradições religiosas.

Campanhas, conferencias, atos proféticos, e até mesmo pequenas reuniões onde o poder de Deus se manifesta, não muda as pessoas. O que muda nosso interior é conhecer Jesus, se relacionar com Ele, se submeter à Sua plena vontade. E isso não acontecerá enquanto estivermos ocupados fazendo o que os outros nos mandam fazer, ou coisas que elevam nossa estima, ou simplesmente fazendo o que Jesus NÃO nos mandou fazer.

Vinho novo está disponível todos os dias. E você até pode beber dele, mas se seu odre estiver velho, o vinho novo se derramará e tudo se perderá. Transformar o odre velho em novo, significa deixar que a mente ofendida revele o coração, e assim tomar uma decisão de abrir mão de tudo, para encontrar seu lugar aos pés de Jesus. E o óleo fresco que Jesus derramará sobre você transformará seu estado antigo em novo, e você guardará seguro seu vinho!