quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Então é Natal...

À meia noite todos se abraçaram, e então todas as diferenças caem por terra e unimos os nossos corações. Muitos não comemoram esta data, pois ela não representa historicamente a data de nascimento de Cristo. Mas eu sei que o sacrifício de Cristo vai além do que podemos imaginar. Por isso se há um dia dedicado à Ele, onde todos se reúnem, onde o ódio é amenizado, onde o perdão vem à tona, onde a lagrima expressa que o coração duro amoleceu, onde o amor supera todas as diferenças, eu creio que Ele se alegra conosco! Como se opor a isso?? Como não valorizar esse momento?? Como não fazer parte disso??
Sei que meu amado está presente em todos os lugares e na noite de natal ele vê o que o Pai viu quando o enviou à nós: há uma esperança para a humanidade! E isso só é possível porque Ele deixou seu lugar de gloria ao lado do Pai, veio até nós e morreu por nós... só por isso há esperança para cada um de nós!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Viagem

A paz do Senhor, a todos que acompanham meu blog.
Eu tenho varias reflexões em minha mente e passarei todas a vocês.
Porém Deus me deu um presente maravilhoso e inesperado: uma viagem a minha terra natal!
Estou passando uns dias em São Paulo, e por isso não estou conseguindo atualizar o blog com minhas reflexões.

Na verdade esta viagem tem extendido os temas que podemos refletir juntos, então isso será uma benção posteriormente.

Enquanto isso conto os detalhes de minha viagem num blog alternativo.
Não vou deixar o endereço aqui, mas se interessar me mande um e-mail que eu passo para os mais chegados.

O que quero deixar registrado é o meu carinho por voce que reflete comigo.
Que Jesus continue nos abençoando e nos permitindo refletir sobre Sua vida, Sua obra e Seu Reino.
Que 2010 seja refleto de reflexões que nos amadureça, nos façam crescer, que nos dê mais fome e sede e assim nos leve a praticar o cristianismo de forma eficaz.

Que a paz do Senhor esteja sobre todos nós!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A igreja quebra galho da videira

Por Caio Fabio

Jesus disse que Ele está para nós assim como a Videira está para os ramos.

Sem videira todo ramo é pedaço de pau e somente isto.

Sim! É madeira morta, boa para ser queimada.

Os cristãos, no entanto, foram enganados e deixaram-se enganar, pois, desde que se determinou que "fora da igreja não há salvação", que a Videira passou a ser a "igreja", e, também, desde então, o Agricultor, que, segundo Jesus é o Pai, entre os cristãos é o Pastor, ou, em alguns grupos, o Corpo de Doutrina pelo qual se faz a "poda" de membros.

Assim, para o crente, "permanecer em Jesus", [João 15], é permanecer firme na "igreja", freqüentando, participando e se submetendo a tudo.

Do mesmo modo, "dar fruto", segundo os crentes e suas emoções condicionadas por anos de engano religioso, é evangelismo como programa, é acampamento como devoção, é célula de crescimento, é cantar no grupo de louvor, é ir à reunião de oração, e, sobretudo, é dar o dízimo em dia.

E o mandamento de amar uns aos outros é algo que os crentes entendem como amar os que são iguais a eles enquanto os tais não ficarem diferentes. Nesse dia eles viram desviados.

Ainda no mesmo andar de engano, os crentes pensam que "ser lançado fora" da Videira é ser disciplinado pelo Agricultor Pastoral ou pelo Conselho de Agricultura que aplica o Corpo de Doutrinas disciplinadoras e excludentes, aos quais supostamente não se equivocam ao separar o joio do trigo no campo do mundo-igreja.

Ser “amigo de Jesus” [João 15], para os crentes é estar em dia com a doutrina, o dizimo e a freqüência.

Assim, para a maioria dos crentes, emocionalmente, é assim que João 15 é sentido e praticado.

Ora, o resultado é o desastre cristão desses quase dois mil anos!

De fato, a religião cristã é um estelionato espiritual, pois, chama para si, como se fora Deus, aquilo que é de Deus e somente passível de realização Nele.

O que Jesus dizia era tão simples.

O que Ele dizia é apenas isto:

Absorvam a minha Palavra; o meu ensino; e o pratiquem com amor por mim e por todo ser humano. Se vocês sempre crerem que a Vida de vocês está em mim e vem da obediência ao mandamento do amor, então, vocês serão meus amigos; e, assim, toda a verdade de minha Palavra será fato e bem na vida de vocês. Mas, sem mim, sem vida em meu amor, sem absorção do Evangelho no coração, por mais que vocês tentem viver e buscar o bem, de fato vocês serão apenas como galhos soltos, secos e mortos; existindo sob o engano de que existe vida em vocês, quando, de fato, pela própria presunção de vocês, estarão mortos sem o saberem.

O resto a História do Cristianismo nos conta!

Caio

24 de novembro de 2008
Lago Norte
Brasília - DF

FONTE: http://www.caiofabio.com/
http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=04212

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desabafo...

Esses dias ouvi um pregador falar sobre hermenêutica...

No final do sermão, que matou a hermenêutica do começo ao fim, ele começou a dizer que quem questiona a igreja, o seu pastor e seus lideres acaba ficando frio. Ele estava pregando sobre Apocalipse 2:4, e discorrendo sobre o primeiro amor. Associando esse primeiro amor à igreja e à inocência de uma criança.
E no final disse que teologia faz com que as pessoas questionem e, enfim, ficam frias perdendo o primeiro amor. Não concordo com ele em nada do que pregou.

Primeiro ele usou um texto maravilhoso para cobrar fidelidade da igreja ao líder, e não à Palavra de Deus, como deve ser. Porque o homem pode errar, mas a Palavra de Deus permanece intacta. Segundo que os argumentos que ele usou para descrever esse primeiro amor foram em atitudes e obras focadas em si mesmo com a igreja, e não um compromisso com o Reino como deve ser.

E terceiro e mais importante para mim é que só fica frio quem não obtém respostas aos seus questionamentos. A semente da religiosidade está em nós. É ela que nos faz questionar quem somos, para que viemos, e para onde vamos. É ela que nos faz, em certo momento de nossas vidas, buscar respostas alem do natural. Em resumo, é essa semente de questionamentos que nos leva ao relacionamento com Deus. Mas para isso todos precisamos de respostas.

Lembro-me da Baby Consuelo dizendo em seu testemunho que ela procurava Deus em todos os lugares, todas as religiões. É mais ou menos isso! Uns são mais intensos, outros mais discretos. Mas todos nós buscamos respostas dentro de nós. E essas perguntas é que nos levam a vários caminhos, e nossos questionamentos nos fazem buscar o caminho correto, até que um dia: bum! Acabamos por encontrar O Caminho.

Por isso o problema não está nas questões, e sim nas respostas. No empenho que um líder tem para melhor responder, responder corretamente, chegar o mais próximo possível do que Cristo deseja que cheguemos. O problema não está no liderado que pergunta, mas no líder que não tem respostas. Perguntar é normal do ser humano, do liderado. Responder corretamente é o principal ministério de um líder.

O pregador disse: "hermenêutica faz você aprender um pouquinho da bíblia". A verdade é que a hermenêutica não faz você aprender um pouquinho da bíblia, e sim te ajuda a interpretar corretamente as escrituras. A entender contextos e figuras de linguagem, e tantos aspectos que são necessários para que não venhamos criar heresias, e ensinamentos errados, por uma má interpretação bíblica. Ela não é um instrumento de escolha, é sim, totalmente indispensável para um líder, um mestre, um pastor.

Assim, um líder que vê nos estudos um meio de obter respostas corretas, e assim não ficar apenas no “leitinho” com seus filhos; vai além, preparando um povo para Deus e não para si próprio, preocupado com o Reino e não apenas com a igreja local, que é fiel a Cristo e não a homens, mesmo que a primeira te leve automaticamente à segunda.
Um líder que busca conhecimento, entende que só através dele a igreja poderá crescer inabalável, pois buscará tudo dentro das Escrituras.

Para aquele pregador, eu, meu esposo, e meus atuais amigos, somos todos frios. Mas eu confesso que prefiro ser conceituada fria, mas continuar buscando dentro de mim a verdade, o crescimento, o conhecimento (que nunca se extingue), do que ser conceituada quente, mas não ter em mim a sede de buscar todas as preciosidades que a bíblia tem a nos oferecer. Prefiro ser conceituada fria e não aceitar o evangelho distorcido que hoje é pregado, do que ser enganada por falsos profetas e por “evangelhos” que tenho certeza que para Paulo seria anátema.


Agradeço a Deus, porque Ele tem nos conduzido aos estudos. Têm colocado em nossas vidas pessoas apaixonadas pela verdade bíblica. Por termos encontrado pessoas que não apenas respondem nossos questionamentos, mas que continuam buscando respostas através do conhecimento. Essa não foi uma reflexão, como normalmente venho fazendo. É um desabafo por não querer que as pessoas se calem.

domingo, 1 de novembro de 2009

Refletindo sobre o frio e o quente...

“Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no SENHOR; andai como filhos da luz. (Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade); Aprovando o que é agradável ao Senhor.”
Efésios 5:8-10


Tenho refletido entre o frio e o quente. O que essas palavras significam para nossa atualidade cristã brasileira. E à conclusão que cheguei é que temos feito mau uso delas. Hoje nomeamos uma igreja “quente” quando a mesma tem manifestações de “línguas estranhas” em todos os cultos; e consequentemente nomeamos uma igreja “fria” quando esta não enfatiza este tipo de manifestação. Mas quando olhamos para nossos referenciais bíblicos (Jesus e os apóstolos) podemos fazer uma analise mais real dessas duas palavras.

Jesus teve um ministério totalmente ativo. Seu amor e empenho era para com os doentes e pecadores (Mc 2:17). Ele curava, restaurava, libertava. Amou cada ser de forma única e despendeu toda a Sua vida em favor de outras vidas. Os apóstolos viveram para edificar vidas, ensinar o evangelho de Cristo, e também faziam muitos milagres (livro de Atos). Tanto Jesus quanto os apóstolos, eram cheios do Espírito de Deus (creio que nenhum cristão discorda de mim nisso); e esse encher é que os conduziam em todas as suas ações. (Mc 13:11)

Pois bem. No nosso contexto brasileiro, as igrejas quentes tem cultos longos, com muitos louvores, muita liberdade de adoração, e muita “manifestação” do poder de Deus. Domingo após domingo, os fiéis se encontram e alcançam um nível de espiritualidade que eles nomeiam “novas alturas em Deus”. Porem, quando chega a segunda feira, vivem suas vidas normalmente, esperando pelo próximo domingo. Tudo o que experimentam de Deus serve para anima-los a comparecer no próximo culto.

Já as igrejas frias tem cultos com menor duração, louvores mais contidos e uma postura mais racional durante toda liturgia. Quase não há “manifestação” do poder de Deus. Porem são igrejas engajadas em missões urbanas e transculturais, evangelismos, ações sociais e casas de recuperação. São igrejas que se preocupam com o próximo e buscam viver um evangelho de ação, e não apenas de “manifestação”. O culto muitas vezes não é atrativo, mas a palavra é de confronto e incentivo a viver como Jesus nos ensinou.

Não estou aqui para dizer qual é certa ou qual é errada. Mas para refletir o que desejo para minha vida. Se desejo ser fria ou quente. E nem preciso dizer que o desejo mais profundo do meu coração é viver uma vida de “fervor” em Cristo, de total empenho àquilo que realmente importa para o meu Senhor. Quero o “fogo”, a liberdade de adoração, os níveis “mais altos” em Deus, muita manifestação de seu poder com milagres, curas, maravilhas e falar em línguas. Não me importo com cultos longos, pois amo cultuar aquele que é digno de toda honra, glória e poder.

Mas é também desejo profundo do meu coração ser cheia do Espírito, não apenas para falar em línguas, mas para agir como Jesus nos ensinou a agir. Quero adorá-lo em espírito, mas também quero adorá-lo em verdade, no meu dia a dia. Quero ser ousada para falar do Seu nome, quero alimentar os famintos, quero me importar com os perdidos. Não quero uma vida de presença de Deus apenas aos domingos. Não quero ministrar louvor hoje ao Senhor e amanhã usar a mesma boca para promover contenda em entre os irmãos, ou fazer fofocas.

Para mim poderíamos renomear as igrejas da seguinte forma: igrejas “quentes” são aquelas que procuram agradar o coração de Deus, não apenas com palavras, mas com ação. Que não se preocupem com ar condicionado e poltronas acolchoadas, pois não querem ficar apenas nos templos, mas ir ao campo que já está pronto para colheita. Que busque a face do Senhor no domingo, mas passe o resto da semana preocupado com o Reino de Deus e a Sua justiça.

São aquelas que tem visão de Reino e unidade. Que priorizam o amor e a disciplina do Senhor. Que pregam um evangelho verdadeiro, que exorta o mexeriqueiro. Que ama o próximo como a si mesmo. Que busca a vontade do Senhor não só para si mesmo, mas para este povo que está perdido e faminto. Que sonha os sonhos de Deus, que vive os mandamentos de Cristo, que trabalha não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna.

Então, assim, para mim, as igrejas “frias” são aquelas que só se preocupam com números e crescimento, em detrimento da qualidade e do individuo. Se preocupam com bens materiais e pregam um evangelho de prosperidade que não existe na bíblia. Que possuem departamento de empresários, mas não possuem um projeto social ativo. Não se preocupam com missões, camuflando essa parte com células ou grupos familiares. Que não investe no Reino e não buscam unidade.

Sendo assim, minha reflexão me leva a crer que não importa a liturgia do culto, não importa o tempo do culto, não importa o estilo musical que a igreja adota. Não importa se é costume da igreja, ou não, falar em línguas. Se a doutrina permite, ou não, bater palmas. O que importa é o que estamos fazendo com o evangelho de Cristo. O que importa é que Cristo seja pregado e anunciado. Que nossos bens sejam divididos, que nossa vida seja dedicada àquele que é digno de que entreguemos nossas vidas.

Que a igreja seja ensinada a viver um evangelho verdadeiro. Que aprenda o que é adorar em verdade. Que a soberania de Deus seja pregada, que os valores cristãos sejam resgatados. Que os princípios sejam vividos. Que os seminários fiquem lotados. Que o avivamento venha através da palavra. Que nossas almas sejam insatisfeitas. Que nossas vidas sejam dedicadas à única causa que realmente vale a pena: a mesma pela qual Cristo morreu e ressuscitou!

Não quero só a glória, quero o choro. Não quero só os milagres, quero limpar feridas. Não quero só receber de Deus, quero aprender a dar tudo o que tenho. Não quero só adora-lo quero alegrar Seu coração. Não quero apenas dizer que o amo. Quero amá-lo como me amou: dando minha vida em favor do Seu evangelho. Não digo que é fácil. Não digo que já faço isso. Não digo que algum dia conseguirei viver dessa forma. Mas posso afirmar que é o que mais tenho buscado. Não quero apenas refletir, quero agir!


“Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.”
Gálatas 5:14


No amor e na paz de Cristo,
Elizabete

sábado, 24 de outubro de 2009

Refletindo sobre hermenêutica...

"Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual;"
Colossenses 1:9

Nessas ultimas semanas minha reflexão tem me entristecido. No seminário estamos aprendendo sobre hermenêutica bíblica. Por que essa palavra não é usual para nós? Porque seu som faz-nos parecer que não sabemos exatamente o que ela quer dizer? Eu não sei. Mas sei que não deveria ser assim. Desde o momento em que se aceita Jesus e se compreende o plano maravilhoso salvívico de Deus para a humanidade, a palavra que mais deveríamos ouvir é hermenêutica!

Meu Deus! Ate aqui eu nem sabia o que ela queria dizer. São dez anos, na verdade onze. O quanto eu poderia ter ensinado de forma eficaz, o quanto eu poderia ter evitado falar inverdades bíblicas, o quanto eu poderia ter acrescentado na vida daqueles que me pediram ajuda. Pois bem, falo de interpretação bíblica! Eu aprendi, e sei que você também aprendeu, que bastava orar ao Espírito Santo, e ele te ajudaria a compreender a bíblia! Talvez você tenha ouvido isso de minha própria boca! Me perdoe. Mas hoje sei que não é bem assim.

Quando leio alguns escritores que são tão enfáticos contra o neopentecostalismo, não tenho como defender esse ultimo. Tudo o que escrevem são verdades que eu vivi nesses dez anos de vida cristã. Eles dizem que a bíblia não é centro de nossos cultos, não é a verdade única, não é a fonte de nossas pregações. Sinto em afirmar: eles estão corretos. Sou apaixonada pela palavra de Deus, por Cristo e pela igreja. Creio que quem não compreende a importância dos três, não compreende o que é ser cristão.

Mas a partir do momento em que não se preza pela verdade bíblica, não se pode dizer que ela é o centro. As pregações não são tiradas da bíblia, mas são criadas de acordo com necessidades especificas e justificadas através de um ou dois versículos que contenham algo que será usado na pregação. Criam defesas que não são embasadas na bíblia, mas dizem que são. Manipulam fieis com doutrinas criadas por homem e para o homem. Textos fora de contexto. Tudo de forma sutil, para que não se perceba o que realmente estão fazendo.

A mensagem da bíblia é simples e clara. Toda ela fala do plano de salvação através de Cristo. Mas para uma melhor compreensão de seus escritos temos que conhecer todos os aspectos relevantes para sua interpretação correta. O que isso quer dizer? Que desde pequenos deveríamos ser estimulados a interpretar a bíblia de forma correta. E para isso devíamos ser estimulados a estuda-la. Estudar seus autores, o publico alvo, a historicidade dela. Tudo que estimulou e influenciou em seus escritos.

Devemos ser ensinados a crer em sua inerrância. A defender nossa fé em cristo. Mas ao invés disso somos ensinados a crer em lenços, água benta, cajados, entre outras coisas. Todo cristão devia estudar. Conhecer. Saber. Quando eu era católica, me ensinaram que quem lesse a bíblia toda ficava louco. Eu sempre amei a bíblia, mas tinha o cuidado de não ler mais de um capitulo seguido para não enlouquecer!

O que nos é colocado não é diferente disso: “a letra mata”! (mais um texto fora de contexto). Que absurdo! Se ela matasse, Deus não manifestaria a sua plena vontade através de letras! Mas graças a Deus, que levanta homens que ainda fazem esse trabalho árduo de ensinar a verdade, que nos estimulam a pensar e a estudar e não simplesmente ouvir. Graças ao nosso Senhor e Deus que nunca falha, nunca desiste do ser humano e sempre estará conosco nos levando para um caminho mais excelente.

Eu não ousarei ensinar hermenêutica. Essa reflexão é só para que saibam que estou conhecendo coisas novas (para mim), mas que são ortodoxas e que fazem parte dos fundamentos de nossa fé. E para que te estimule a conhecer mais sobre ela. Vou indicar um artigo e alguns livros. Invista em você e no seu relacionamento com Cristo. Abra o seu entendimento para a verdade do Senhor. Não apenas ouça, estude. Saiba, conheça. Não apenas repita o que te ensinam, mas que você busque ser um mestre da palavra de Deus!

“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.”
Atos 17:11
Entendendo o analfabetismo Bíblico no Brasil
Pr. Vinicius Guimarães
http://www.tocandoasnacoes.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=166&Itemid=1

O que estão fazendo com a igreja
Augustus Nicodemus - Mundo Cristão

A interpretação da Bíblia
Roy B. Zuck – Vida Nova

A bíblia e seus interpretes
Augustus Nicodemus – Cultura Cristã

Entendes o que lês?
Gordon Fee & Douglas Stuart – Vida Nova

Princípios de interpretação bíblica
Walter A. Henrichsen – Mundo Cristão

domingo, 4 de outubro de 2009

Refletindo sobre o melhor de Deus...

“...eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.”
João 10:10b

Esses dias ouvi uma musica. Ela dizia que Deus tem o melhor pra mim, e o que perdido foi não se compara ao que há de vir. A musica fala de uma verdade bíblica. Comecei, então, a refletir sobre o que é o melhor de Deus para nós. Na nossa concepção humana, assimilamos o melhor de Deus com algo que seja bom aos nossos olhos. Mas o que é o melhor de Deus para nós? E será que realmente queremos o melhor dele para nós?

Quando uma mãe perde um filho, ou quando alguém bate o carro, ou quando nos encontramos com o fim do salário do mês com ainda muitas contas para pagar, poderíamos dizer que isso é o melhor de Deus para mim? Percebi que muitos compreendem o propósito de Deus em cada situação vivida. Que os que confiam no Senhor sabem que situações como essas não são explicáveis em nossa linguagem, mas quando vividas levam-nos a uma maturidade e dependência maior do nosso Pai.

Mas os que estão de fora sentem pena. Vê fracasso. Muitos acreditam que o ocorrido é fruto de pecado ou obra do diabo! Não compreendem o grande agir de Deus e seus propósitos. Não entendem que os valores de Deus não são os mesmos que os nossos. Ou não era isso que Jesus ensinava? Ele veio contra a religiosidade e pregou sobre o verdadeiro relacionamento com Deus através de seu amor.

“Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; e sereis açoitados, e sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho.”
Marcos 13:9

Mas o que dizer então de Estevão? Se o melhor de Deus para ele fosse através de nossas concepções atuais, concluiríamos então que ele foi o mais fracassado entre os homens! A bíblia diz no capitulo 6 de Atos que ele era cheio de graça e poder e por exalar essas qualidades divinas foi submetido ao Sinédrio através de falsas acusações, por que os que tentavam convence-lo de que estava errado não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava.

Estevão após não titubear, não negar Seu Deus, manter suas convicções e seus padrões, após pregar um sermão verdadeiro e real e confrontar o sistema religioso da época, teve uma visão maravilhosa do Pai e do Filho, e por fim morreu apedrejado. Se isso acontecesse em nossos dias creio que ouviríamos o seguinte comentário em sermões televisivos: “Este homem era um pobre coitado que não compreendeu o evangelho, vivia em pecado, não chamou à existência e nem decretou sua prosperidade e ainda se deixava usar por satanás”.

Viver na dependência do Senhor é algo maravilhoso. É dolorido para nossa natureza humana, mas é uma experiência única. Mas a pior parte da dor é ver que as pessoas julgam as situações por óticas humanistas. O melhor de Deus para Estevão, não era o que se espera para um homem. Mas com certeza o que veio depois não se pode comparar a nada que ele pudesse ter perdido aqui na terra! Por que na verdade Ele não perdeu nada. Ele teve tudo de que precisava. Ele teve a Cristo.

“...Mestre, tudo isso guardei desde a minha mocidade. E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me."
Marcos 9:20-21

Já lhe passou pela cabeça que a vida abundante que Cristo promete pode não ser dentro das suas vontades e seus padrões? Já parou para pensar porque Cristo não venceu a morte em sua velhice, dentro de uma mansão e repleto de riquezas? Já tentou comparar o que se é pregado a respeito de Cristo hoje e o que Ele realmente viveu e tentou nos ensinar? Lembre-se que para o homem rico só faltava uma coisa: largar tudo, dividir e depender Dele!

“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir...”
João 10:10a

Quem é o ladrão em nossos tempos? Quem tem roubado, matado e destruído o povo de Deus? Não seriam aqueles que se utilizam do Evangelho para arrecadar fundos para seus próprios bolsos e luxos? Aqueles que têm matado a verdade com um evangelho que para Paulo seria anátema? Ou aqueles que têm destruído o evangelho com ensinos totalmente anti-bíblicos e anti-cristãos?

Deus tem o melhor pra mim. Eu não ousarei decretar o que é esse melhor. Eu não vou arriscar o meu melhor, com o melhor dele. Ele é soberano, sabe o que faz. E eu o amarei em todas as circunstâncias. Sejam elas boas ou más, aos meus olhos. Minha oração é que todo aquele que o tem como Senhor e Salvador, inclusive eu, aprenda a cada dia a confiar no melhor Dele e não nosso melhor.

No amor e na paz de Cristo,
Elizabete

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Refletindo sobre a liberdade...

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”

João 8:36

Sei que não escrevo tão bem quanto meu amigo Rafael Teles, e não sou tão sábia quanto ao Pr. Vinicius Guimarães, mas tomei esta liberdade ousada de desabafar em forma de letras. Cito-os, pois ambos tem sido fonte de inspiração para mim e um “bote salva vidas” neste mar de mudanças que me encontro.
Quero iniciar dizendo que este não tem por objetivo influenciar ninguém, mas sim, registrar o profundo do meu coração, e alcançar aqueles que talvez não consigam me compreender.
Durante algum tempo o texto em destaque era para mim incompreensível, ou pelo menos não sabia como vivê-lo. Sempre soube que era livre, e nunca tive dúvidas que a obra na cruz me conduzia a esta liberdade plena.
Mas desde meus primeiros passos de vida cristã, aprendi que haviam regras que não podiam ser quebradas. Eu não precisava pensar nelas, apenas devia seguí-las. Alguém já tinha feito o trabalho por mim: listado o que era certo e errado. E bastava que cumprisse e assim minha “salvação” estaria garantida.
Com o tempo percebi que algumas pessoas, às vezes, mudavam os itens dessa lista de lugar, e o pior foi perceber juntamente que o faziam por mera conveniência. E então, o que era pecado, já não era mais. Simples assim. E como sempre: eu não precisava questionar, alguém já estava encarregado de pensar por mim.
Mas uma das maravilhas do relacionamento com Cristo é a revelação de Sua palavra. Quando a palavra salta aos seus olhos, o seu coração bate mais forte e você sente uma alegria única, e um gozo sem igual de ter naquele momento ouvido a voz de Seu amado e ter entendido o que Ele quer te dizer! Se você nunca sentiu isso, eu te convido a ler mais a Bíblia!

“Porém o SENHOR disse ... o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração...”

1 Samuel 16:7

Somente Deus é o perfeito Juiz. E isso ocorre porque somente Ele tem acesso aos nossos corações! Nem nós mesmos nos conhecemos como Deus nos conhece!
Então compreendi que a igreja perderia o controle dos fiéis se ensinasse essa verdade. Deixar a responsabilidade dos atos de cada um para si mesmo, como então poderia saber se o que estaríamos fazendo é certo ou errado? E na ânsia de não perder o controle, acaba gerando filhos preconceituosos, que fazem do padrão de Deus uma caixa quadrada, como se Deus obedecesse a padrões de homens.
Por que ninguém consegue explicar o fato de Abraão e Isaque não terem sido punidos por suas mentiras? Porque Deus conhece os corações! Só ele sabe se, naquele momento, o ato deles tinha um desejo pecaminoso ou não em seus corações.
De nossas listas consta o assassinato. Mas se alguém, na ânsia de defender sua própria vida, tira a vida de outrem, por isso, o desejo de seu coração era pecaminoso? Não discuto aqui, as conseqüências naturais geradas por tal ato, algo que a pessoa certamente enfrentará, mas será que ela realmente pecou, no sentido espiritual da palavra?
E um comandante que, ao ser torturado pelo inimigo, não entrega os planos de seus soldados, com intuito de protegê-los? Ele está mentindo! Mas está pecando? E o sexo? É pecado? Sabemos que não, mas quando feito da forma ilícita, como a Bíblia nos ensina, então se torna pecado. O ato não é pecado, mas a intenção do coração o torna pecado.


"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará."

João 8:32


A verdadeira liberdade está em não ser mais escravo do pecado. Antes de Cristo, não tínhamos opção. O pecado nos escravizava, mas o sangue de Cristo nos libertou. O que isso significa na realidade?
Significa que eu posso dizer não aos desejos pecaminosos do meu coração. Que eu sou livre para ouvir a voz do Espírito e optar pelo qu@ Xfazer a vontade de Deus.
Não podemos nos enganar. Se nessa liberdade, em algum momento optarmos por pecar, em conseqüência disso nos tornamos escravos desse pecado. Mas quando recebemos o perdão nos tornamos livres novamente e podemos sempre dizer não para ele. É essa liberdade que Cristo nos deu. A verdade está na bíblia, e a opção é nossa.
A igreja existe para nos ensinar a palavra de Deus, mas não tem o poder-dever de fazer escolhas por nós. O relacionamento com Cristo é pessoal, de cunho íntimo e subjetivo, portanto, impossível de ser transferido. Por isso não podemos definir quem é digno e quem não é, quem é salvo e quem não é, quem está certo e quem está errado.
E falo aqui do julgar, de nos posicionarmos como juízes ao invés de ensinar a Palavra. Ainda existe uma função primordial para a igreja: ensinar sobre a obra de Cristo e como caminhar em Seu tortuoso e estreito caminho.
Quando não ensinamos de forma efetiva, criamos crentes imaturos e preconceituosos, verdadeiros juízes. Cheios de si, conhecedores e dominadores de toda aquela “lista de pecados”. Irmãos que acabam oprimindo aqueles que necessitam de sua ajuda para entender essa liberdade e, consequentemente, desfrutá-la. Eu já fui assim. Falo por experiência própria. Julgava as pessoas pela aparência, pela sua frequência nos cultos e até pelo modo como se portavam.
Mas aprendi que os homens criam padrões altos demais. E aqueles que olham para si, e só enxergam o que são: pecadores que precisam de salvação; depois olham para os “super-heróis da fé” que supostamente nunca falham, e acabam por achar que não há espaço para eles no Reino de Deus, uma vez que o padrão estabelecido está muito distante de suas realidades para que possam alcançá-lo.
A igreja deve ensinar sobre caráter e moralidade. Só assim saberemos que as decisões tomadas serão as melhores. Ensinar que aqueles que conhecem a verdade são libertos, e na condição de liberdade, deve vencer, em Cristo, as intenções pecaminosas, não mais se preocupando com a aparência e o que ela quer dizer.
Em outras palavras: a igreja deve ensinar a palavra de Deus que diz que roubar, mentir, enganar, fazer mexerico, ter inveja, cobiçar, dentre outra coisas, é pecado. Falhas de caráter. Ensinar que há conseqüências espirituais para os que tais coisas praticam. E não é o homem quem vai puni-lo, mas seus próprios atos que o levarão à escuridão da escravidão do pecado.


"Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o SENHOR."

Levitico 19:28


Chegamos ao ponto critico, e eis a razão desse desabafo: a passagem acima, tem sido frequentemente utilizada contra mim. É a base para alguns me desprezarem, ignorarem tudo que eu fiz antes “dela” e justificarem suas acusações e fofocas.
Não sei se minha explanação surtirá algum efeito, mas aprendemos que não devemos utilizar textos fora de seu contexto, mas com toda certeza, isto é o que tem sido feito neste caso. No capitulo 19 de Levítico o autor repete várias leis dadas especificamente ao povo de Israel, demonstrando que:

“Deus se interessa por todos os aspectos da vida. Não promulgou essas leis somente para que Israel evitasse a pratica do mal, mas também para dizer a Israel o que significava viver como nação escolhida por Deus e como povo que amava a Deus”¹

Sendo assim Deus inclui evidências, diferenciais que deveriam ser demonstrados por Israel diante dos outros povos. Essa era uma ação especifica para aquele povo. Se não fosse assim, teríamos hoje, muitos crentes deixando parte de seu dinheiro caído ao chão, como nos versículos 9 e 10, não cortariam os cabelos no lado da cabeça e nem aparariam a barba, como no versículo 27. Ainda teríamos problemas com a carne de porco, e a guarda do sábado, que não estão nesse capitulo, mas sabemos que está entre as leis de Deus para aquela época.
O que nos faz discernir entre o que ainda é valido e o que não é para os nossos dias, e o que foi deixado para trás através da cruz de Cristo é simples: o que permanece são as leis morais de Deus. As naturais se referiam às diferenças que Israel deveria evidenciar diante dos diversos povos existentes e suas crenças. As leis morais se aplicam em todo tempo e lugar.

Acho também que não preciso dizer, mas mesmo assim eu o farei. Não marquei minha carne como tributo a algum morto ou coisa assim. Apenas fiz uma tatuagem. Acho que não importa dizer o quanto me preocupei com o local, o desenho, a discrição e como deveria ser feita. Isso não importa para quem já me condenou às chamas do inferno. Mas para Deus, sei que isso importa. Fiz para mim, porque eu gosto e acho bonito, e pasmem: eu não mudei, ainda sou a mesma Elizabete. Minhas vestes não mudaram, minha intimidade com o Senhor não mudou, minha vida continuou a mesma.

Eu não fui hipócrita como muitos, não me utilizei da minha fé para isso. Muitos se utilizam de “estratégias de evangelização” para irem em boates gospel e dançarem a noite toda. Outros dizem que deveríamos ouvir o conselho de Paulo e se fazer iguais aos do mundo para alcançá-los. Eu não penso assim. Não abro mão de minha santidade e de minha intimidade com o Senhor. Não preciso do mundo e nem das coisas que ele me oferece. Mas vivo nele.
E como já dizia o sábio: “vaidades de vaidades! É tudo vaidade!”². Se eu escolho uma roupa: é vaidade. Se eu compro um carro: é vaidade. Todas as escolhas que fazemos são impregnadas de vaidade e têm certa influência do mundo. Uma coisa é se corromper com o mundo, outra é viver nele, e ter prazer em coisas que ele proporciona.
O que é a maquiagem? Não é pintar a pele? E o que é uma tatuagem, também não é pintar a pele? Mas porque alguém colocou tatuagens na “lista dos pecados”, então, somos proibidos de fazê-las. Mas lembre-se que alguém, por conveniência, retirou a maquiagem da mesma lista e tudo ficou normal.
Eu não atribuo o que fiz à Deus. Fiz como enfeite. Como um adorno. É só isso que significa para mim. Como uma calça que compro, ou como o sabor da torta que escolho. Não teve cunho espiritual. Fiz porque aprendi que eu era livre. Livre para escolher, livre para analisar se isso era pecado, ou se seria apenas uma decisão natural.

Peço perdão àqueles que acham que eu não renunciei a mim mesma. Isso aconteceu, porque entendo que devo renunciar em prol do reino, e não seria assim. Renunciaria em prol de pessoas que diziam que me amavam, mas que nada fizeram senão fofocar e me condenar. Se houve algum escândalo, foi o da falta de amor. Não porque todos deveriam concordar comigo, mas porque eu não deixo de amar alguém, e essa pessoa não deixa de ter valor para mim, só porque ela escolhe fazer algo que eu não faria.

Peço perdão aos que acham que eu não suportei os “mais fracos”. Mas eu não os vejo assim. Os “mais fracos” em questão, eram muito mais velhos do que eu na fé. Líderes, quase pastores. Já não são neófitos há muito tempo, e se ainda são imaturos é porque continuam olhando para a lista de pecados escrita por homens, mas não se dedicam e não se importam em se aprofundar nos ensinamentos bíblicos. Só se escandalizam porque a verdade não lhes é ensinada; foram doutrinados a se portarem como juízes e não como réus. O ensino da verdade é doloroso e pouco conveniente, mas essa é a verdadeira missão da igreja!

E por fim quero agradecer aqueles que me apoiaram, permaneceram ao meu lado, me aconselharam e principalmente me amaram com o amor verdadeiro, não julgando meus atos, sendo amigos e fiéis companheiros.
E ao meu Senhor e Rei que me ama de forma especial, e me sustenta, e a cada manhã renova as suas misericórdias sobre a minha vida.

"Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade."

2 Coríntios 3:17




¹ Manual bíblico de Halley. Edição revista e ampliada. p. 129
² Eclesiastes 1:2. Versão Revista e Corrigida.

domingo, 20 de setembro de 2009

Gostaria de refletir sobre a Igreja...

“E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.”

Atos 2:44,46,47


Gostaria de refletir sobre a igreja de hoje. Poderíamos dizer que ela espelha o padrão bíblico? Sabemos que o fundador da Igreja foi Jesus. Ele não alugou nenhum galpão, e nem construiu nenhum palácio, catedral ou santuário. Apesar de se utilizar do templo, não era lá que ensinava ou compartilhava o pão com os irmãos. Ele não possuiu seguranças, ou adquiriu bens para si mesmo. Ele simplesmente amava estar entre as pessoas. E quando se ausentava era para ficar a sós com o Pai.

Depois vieram os apóstolos. E seguiram o mesmo padrão do Mestre. E os discípulos entenderam sua mensagem de amor e comunhão. Penso que nisso esta a força da igreja: amor e comunhão. O que os irmãos de Atos compartilhavam eram tão real e verdadeiro que as pessoas eram trazidas pelo próprio Deus para se ajuntarem a eles. Mas como Deus acrescentava? Dando as mãos e levava pessoalmente? Acho que não!

“E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.”
Atos 4: 32,34,35


As pessoas sentiam o verdadeiro amor exalar dos discípulos. O discurso era verdadeiro e vivido pelos mesmos. Havia alegria no ajuntamento. Eles davam o que tinham, distribuíam o que era preciso, compartilhavam tudo. O evangelho era pregado e vivido. Impactava as pessoas. De longe podia-se sentir o perfume de Cristo exalar de onde havia um ajuntamento. Havia cânticos, discutia-se a palavra, comia-se o pão e amavam-se uns aos outros.

Comparando com a igreja de hoje, parece utopia. Estamos tão longe da igreja de Atos. Nos grupos familiares e nas células parece que a essência está voltando, mas... só parece. Falta o amor verdadeiro, a comunhão verdadeira. A preocupação verdadeira com a dor do próximo. Não somos mais uma família, somos cooperadores de uma instituição. Fazemos parte do mesmo ciclo social!

Gostaria de refletir sobre a igreja... Será que é possível vivenciarmos o amor que Cristo nos ensinou? Será que conseguiremos deixar de se preocupar com o próprio ventre? Será que algum dia voltaremos a exalar o perfume de Cristo? Será que deixaremos de pedir bênçãos, casas, carros e dinheiro, e compartilharmos o que temos com o que não tem? Será que seremos capazes de nos arrependermos de fingir que vivemos o evangelho e passar a vive-lo de verdade?


"Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade."
IJoão 3:17-18