terça-feira, 24 de agosto de 2021

Refletindo sobre o pecado e seu fruto...

Genesis 2

O senhor Deus fez brotar... Varias espécies com frutos deliciosos... Agradáveis aos olhos, boas de se comer. Deus cria todo o suprimento para o homem sabendo que ele teria sensações, e que essas sensações  são importantes para o homem. Então o Pai prepara uma mesa com beleza e sabor. E muito provavelmente cada fruto despertava uma sensação diferente no homem.

A arvore da vida...  Jesus é a própria vida, sendo assim essa vida possuía algo que apontava, ou representava, ou tinha algo de Jesus. Ela tinha algo mais, pois ela gerava vida no homem. Nela havia um sabor especial e uma beleza especial também. Uma arvore normal já é por si só já nos transmite algo, a arvore da vida deveria transmitir sensações sobrenaturais no homem, que deveriam ser suficientes para o homem!

O homem sendo sensorial muitas vezes tenta limitar suas sensações adestrando-as. Porem o correto é canalizar as sensações para suas origens. Deus deseja que sejamos espirituais, mesmo assim fala conosco através das emoções e sensações.

Coma a vontade, porem de uma não comera, pois morrera... Além de preparar Deus sobeja com “coma à vontade”, mesmo assim põe uma única limitação.

Estavam nus, mas não sentiam vergonha... pureza, natureza, transparência. Mas não é uma inocência ignorante sem maturidade, mas inocência com proposito e com pureza. Pois uma criança faz sem saber o que estava fazendo, mas Adão tinha total consciência de quem era ele e quem era Deus. Mas não tinha problema em se expor, pois até então só conhecia o bem e a bondade de Deus. O texto não diz que ele não errava, mas que ele não tinha problema em se expor, e expor quem ele era.

 

Genesis 3

A serpente

Astuta, seduz com palavras, fala de forma distorcida e joga uma semente de duvida, ainda que de primeira Eva responde com convicção. Sua primeira pergunta “não podem comer de nenhuma”, não é o objetivo final, mas o meio de alcançar a mente e o coração de Eva. A semente precisa da terra para envolve-la e faze-la eclodir, podendo então crescer. E então a serpente gera a verdadeira duvida para seu objetivo: Não morrerão, seus olhos se abrirão, conhecerão.

Por isso algumas vezes precisamos nos atentar tanto na semente que recebemos em nossa terra (nosso coração), como também nas sementes que lançamos ao coração do próximo. É necessário ter discernimento espiritual de qual semente será envolvida em nosso coração, e de qual sementes lançamos ao próximo. 

Em 1Joao 2:16 lemos a ação do pecado através das sensações do homem. A cobiça dos olhos, a cobiça da carne e o orgulho da vida. Em outras versões: intenso prazer físico, desejo por tudo que vemos, orgulho das nossas realizações, ostentação dos bens. Podemos identificar esse mesmo padrão na Tentação de Jesus , tanto no Evangelho de Mateus cap 4, tanto no Evangelho de Lucas também cap 4. As pedras em pão: cobiça da carne. Os reinos e a gloria do mundo: cobiça dos olhos. Atira-te abaixo: soberba da vida.

Da mesma forma esse padrão é visível aqui em Genesis 3:6:

Ø  viu a beleza: cobiça dos olhos

Ø  parecia delicioso: cobiça da carne

Ø  desejou sabedoria: orgulho da vida

O homem

Perceberam que estavam nus...  A consciência do erro trouxe vergonha, esconderijo, medo. Eles experimentaram sensações e sentimentos da independência. Como já falamos, eles só conheciam o bem e a bondade, e então passaram a experimentar do mal. O homem passa a ver as coisas de forma diferente e já escravo do pecado não tem a opção de agir diferente diante de Deus.

Não era impossível comer da arvore, era proibido. São coisas diferentes. Portanto quando Cristo se entrega em sacrifício, um dos propósitos é devolver ao homem o poder de escolha. Pois quando Adão é criado, ele tem esse poder de escolha, porem ao comer do fruto se torna escravo e escravo não escolhe.

Dessa forma hoje ainda (de forma figurada é claro!) temos a opção de comer da arvore da vida e obedecer não comer da arvore do conhecimento do bem e do mal. Mas no dia a dia o que evidencia nossas escolhas, são nossas ações. O que comemos durante o dia? O que tem nos alimentado? O que tem entrado na mente e no coração? Quanto da vida de Deus tem sido absorvido por nós? Precisamos entender que o bem de Deus é suficiente para nós.

Deus nos fez com fome, Deus nos fez para sermos preenchidos de algo. Mas nós escolhemos o que ingerimos, nós podemos ou não corromper o alimento. E também podemos nos tornar um alimento saboroso ou corrompido.  

O homem tinha uma posição de governo que não exerceu na ocasião. Ele tinha uma ordem direta de Deus que ele não obedeceu.

Foi a mulher que me deste como auxiliadora... É certo que Adão já estava corrompido pelo pecado, por isso não podia mais discernir como antes. Sua resposta apresenta algumas características do domínio do pecado em sua mente ou coração. Mas essas não eram a verdade no momento em que ele decidiu comer. Isto é, as respostas de Adão não são compatíveis com sua verdade no momento da escolha.

a.       Não tive opção – ele tinha sim o poder de decisão, então é obvio que ele tinha opções. E uma delas era obedecer.

b.      Você é o culpado – Ele culpa a Deus por pela mulher que recebeu. Porem ela era auxiliadora e não dominadora. Sendo assim ele poderia ter se posicionado e direcionado Eva.

c.       Não se responsabilizou por sua decisão - Temos que ter consciência das decisões que tomamos nossas ações com pessoas e Deus.

d.      Não se arrependeu - Arrependimento: consciência da ação errada e tomar para si a responsabilidade e mudar os pensamentos e consequentemente agir diferente. Adão não teve essa opção após pecar, mas hoje essa opção nos foi dada na cruz.

Foi a serpente... Só reafirma o fato de depositarmos nossas decisões como reação. Porem precisamos ter a consciência de nossas decisões. Depositamos a responsabilidade em Deus ou no próximo, quando as decisões são nossas. Novamente afirmo: Cristo devolveu a nós o poder de decisão, dando-nos o governo sobre nossas vidas. Podemos entregar essa decisão nas mãos de Deus, mas isso não nega nossa responsabilidade.

Não podemos levar Cristo até nossas decisões como quem “arruma” nossos erros. Nós devemos ir até Cristo com nossas decisões. Nenhum dos dois consideraram a ordem de Deus e não perceberam que os olhos se abriram para a maldade verso 22. Até o fato de revelar a Deus através de nós é uma decisão de entrega. O Espirito Santo habita em nós, mas não como alguém que toma o domínio do nosso ser, mas como acesso à Deus para recorrer em nossas decisões.

 

Comer do fruto – qual o fruto do pecado?

Através de uma auto avaliação ou uma avaliação de alguém confiável e próximo conseguimos identificar de qual arvore estamos comendo. O fruto em nós de comer da arvore é evidente através de nossas atitudes. O fruto do conhecimento do bem e do mal fluem de uma independência de Deus e dos homens, pelas decisões através do próprio conhecimento e entendimento, quando estamos sem revelação e entendimento da ordem de Deus e principalmente do orgulho.

 

Arrependimento

O arrependimento tem a ver não só com um pedido de perdão, mas com um quebrantamento genuíno gerado pelo Espirito, que gera a mudança de mente (metanóia)  e consequentemente a mudança de ação e repudio pela atitude anterior. Esse processo se dá através de incluir Deus nas nossas decisões, optar (livre aribitrio) pelo que Ele ensina com a consciência que sempre há opções, não justificar nossas ações (com mas, porem, etc) pois esses termos mostram que não há repudio pela atitude de fato.

1 Joao 2: 3-6 – obedecer e andar como ele andou

Ezequiel 18: 30-32 – a vida procede do arrependimento, e o desejo de Deus é que não morram.

Salmo 51 – exemplo de um coração quebrantado

2 Co 7: 9-10 – existe a tristeza gerada das nossas decisões e a tristeza gerada pelo Espirito para renovo. 

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Refletindo sobre Identidade...

“Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado”.
Mateus 3:16-17



O batismo é a expressão do novo nascimento. Jesus já era filho desde a eternidade, sua posição humana não interferiu na realidade de quem Ele era. Mas enquanto homem, é no batismo que o Pai declara sua identidade.
Quando o Pai fala a Jesus ele declara a sua posteridade, a sua herança, sua condição eterna: filho. Isso para que quando Ele deixasse de ser Filho único para ser Filho primogênito, nós pudéssemos conhecer nossa identidade também.

Isso significa que se somos filhos, somos gerados nele, da mesma natureza que Ele, e tudo que somos vem dele. Ser filho é o ponto crucial para entender a minha individualidade, e aceitar minha personalidade.
Significa que vou desconstruir tudo que criei como perfeição, todo esteriotipo de pessoa que gostaria de ser, todo ideal de aceitação que rotulei, e passo a aceitar minhas características e deixa-las crescer e amadurecer de acordo com os ideiais do Pai para mim.
Ser perfeiro é ser integralmente o que o Pai me criou para ser.


Então Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem; ele será semelhante a nós


Dentro da minha ideia de um eu perfeito, eu acabo criando uma imagem que transpõe minha verdadeira imagem.
As ciências humanas nos ajudam nesse auto conhecimento, da cultura, dos sequestros, das idealizações criadas através do desejo de aceitação. Mas elas jamais poderão nos revelar quem realmente somos, isto é, a imagem e semelhança de Deus.

Sendo assim, somente na posição de filhos podemos caminhar para perto do coração do Pai e abrir mão de todos os desejos de sermos quem não foi gerado nele.
Para isso precisamos aceitar a realidade de quem nos tornamos independente do Pai, o eu ferido, abalado, abafado, acuado. Sem projetar no Pai a nossa ideia de quem Ele é, mas deixa-lo mostrar quem Ele é e quem Ele nos fez.


Nisto o amor é aperfeiçoado em nós, para que, no Dia do Juízo, mantenhamos confiança; pois, assim como ele é, também nós somos neste mundo.
1 João 4:17


Satanás quis ser perfeito. Mas a palavra diz que Deus fez ele perfeito. Então ele queria ser outra coisa além do que tinha sido criado. 
Nós não temos que ser perfeitos, temos que buscar a excelência de quem Deus nos criou para ser.
Ele nos criou para sermos sua imagem e semelhança. O pecado deturpou tanto essa imagem e nos afastou tanto da semelhança que temos com o Pai, que muitas vezes não alcançamos mentalmente essa verdade sobre nós. 

Quando Jesus vem em carne, nos mostra o homem que Deus criou, a humanidade que Ele desejou, nele vemos quem realmente somos. Jesus refletiu a gloria do Pai, exatamente como devemos refletir. 
A cruz possibilitou isso, tirando o pecado que era o empecilho para sermos quem somos. 
O pecado nos impede de ser quem somos. 
Mas a consciência da liberdade nos prepara para sermos a noiva.

Devemos aproveitar as ciências humanas e entender nossas características. Saber as nossas individualidades e aproveitar daquilo que o próprio Deus colocou em nós como semelhança dele.
Porem nossa natureza caída, nossa cultura e nossos traumas de alguma forma transformaram a criação de Deus em algo em detrimento.

Por isso nosso esforço não deve ser mudar quem somos, mas deixar o Espirito nos ensinar a potencializar aquilo que o Pai criou. De forma que nossas emoções não nos domine, mas nós dominemos nossas emoções.
Que consigamos exterminar nossos próprios conceitos de perfeição e encontrar a beleza em quem somos, nas nossas diferenças e peculiaridades. Não tente ser alguém diferente de quem você é.
Voce perceberá que se aceitar é o caminho para as relações sadias. Com você, com Deus e com o próximo.

Não se cobre, apenas se renda. Saiba assumir a responsabilidade do que faz e o que pode ser transformado pelo Espirito. Quando identificamos o erro não podemos querer ser outra pessoa, nem uma pessoa melhorada (isso é rejeitar quem Jesus nos fez para ser, e tudo que Ele faz é bom), devemos nos submeter ao Espirito para que Ele nos mostre quem somos de fato, a pessoa que não é o eu caído, mas quem Jesus nos resgatou na Cruz.

Pensemos em Pedro, ele não mudou sua personalidade, mas se submeteu ao Espirito e foi sendo transformado depois da cruz.


“Portanto, todos nós, dos quais o véu foi removido, podemos ver e refletir a glória do Senhor, e o Senhor, que é o Espírito, nos transforma gradativamente à sua imagem gloriosa, deixando-nos cada vez mais parecidos com ele.”


A partir da premissa que você aceitou sua personalidade, comportamento, temperamento, e destituiu a ilusão de quem poderia ser, você inicia uma nova parte do processo que é descobrir Cristo em você.
A primeira parte do processo é aparentemente difícil, porem conforme ele se desenrola você percebe o prazer de ser livre, feliz e a conexão de aceitação te faz perder todo o peso do esforço da ilusão.


Já nessa nova parte do processo exigirá disciplina e proposito. Haverá uma pressão da transição de quem você é, para quem você realmente é. O que isso quer dizer? Que comecará a identificar quem você não é, aquilo que faz e pensa que não tem a ver de fato com você.

Isso só é possível olhando para Cristo, para aquilo que Ele é. Não apenas para o que Ele fez, pois talvez você faça de uma forma diferente dele, mas sendo quem Ele é em você. Isto é, com o coração humilde e manso dele, com o amor e a graça que fluem dele, com a mesma comunhão que Ele tem com o Pai.

Voce começa a fluir a coerência de quem você é, com o que você faz. E o que você faz é o que ve o Pai fazendo. E assim como o ouro passa pelo fogo e tudo que não é ouro se esvai, assim tudo que não é você desaparece e o seu verdadeiro eu reflete a luz que Jesus disse que é.


“Jesus respondeu: “Eu lhes digo a verdade: o Filho não pode fazer coisa alguma por sua própria conta. Ele faz apenas o que vê o Pai fazer. Aquilo que o Pai faz, o Filho também faz.”


Essa parte desse processo de identidade a ser revelada de uma maneira mais profunda e verdadeira é muito difícil. Voce sente que se tirar certas coisas de você, não será mais você. Sua alma fica gritando dizendo que você se sentirá vazio. Que não sobrará nada. Que não vale a pena abrir mão das máscaras que você tem, cada uma para uma situação.


O que vai acontecer se todos virem sua verdadeira face?
Eu te digo: ouça a voz do Espirito te dizendo: “você irá se surpreender com a pessoa que realmente é.”
Por isso quero te incentivar a conversar com alguém nesse processo. Que te ajude a ver quem Jesus vê. Que te ajude a jogar as mascaras fora e te faça ver sua face no espelho. Se não encontrar ninguém (estou disponível para isso), lembre-se que Jesus é o maior interessado em você, no seu processo e na revelação do seu eu. Por isso ainda que te falte alguém, Ele jamais te abandona e se você deitar seu rosto no colo dele, sentira tudo que precisa para esse tempo fluir dele para você.

Em amor
E

domingo, 27 de janeiro de 2019

Refletindo sobre mérito e recompensa...


Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo-lhe a palavra.
Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximando-se dele, perguntou: "Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude! "
Respondeu o Senhor: "Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas;
todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada".
Lucas 10:39-42

Sei que este é um texto usado demasiadamente com frequência, mas ao mesmo tempo é tão rico em aspectos que, me permitam, usarei como ponto de partida para nossa reflexão, afinal, ele apresenta os dois aspectos de nossa cultura que pensaremos hoje.
Marta estava ocupada com suas obrigações; e ninguém discorda que ela estava fazendo o que tinha que fazer. Cumprindo aquilo que (quase) todos esperavam dela. Enquanto Marta olhava para si mesma e acreditava estar fazendo o correto, gerou em si justiça própria ao ponto de olhar para Maria e condena-la. Ela queria elogios dos que estavam presentes, queria que todos percebessem o que estava fazendo e então chama a atenção de Jesus buscando aprovação para sua justiça própria. E não apenas isso, ela queria condenação para Maria. Mérito.

Maria, entretanto, não se preocupou com suas obrigações, não se importou com o que estavam pensando dela. Afinal o Mestre estava presente e toda a sua vida estava rendida à sua presença. Ela olhava para Jesus e para o que ela poderia obter estando aos seus pés. Maria escolheu a melhor parte, que não podia ser tirada de seu coração, e essa parte lhe daria algo que ela jamais alcançaria por si mesma: recompensa. E a recompensa em seu espírito foi tão absurda que posteriormente ela eleva a sua adoração a Jesus não só estando aos seus pés, mas derramando o perfume, algo de grande valor que possuía, para honrar o Seu amado. Reconhecimento.

A nossa mente (cultura) tem uma grande dificuldade em compreender a diferença entre meritocracia e recompensa. Temos a predisposição em pensar que elas são a mesma coisa, mas não são.
Segundo o significado das palavras, meritocracia é fundamentada no mérito pessoal, e funciona em um sistema organizado predominante em sociedade onde cada um recebe segundo a sua dedicação, conhecimento e empenho.
Já a primeira palavra que define recompensa é favor. E sua estrutura é em cima de reconhecimento, que gera uma retribuição ou premio, como compensação daquilo que você faz.

O dicionário nos ajuda a entender o sentido das palavras no âmbito natural, e já nos mostra a diferença entre as duas. E quando aplicamos isso ao espiritual, fica ainda mais potencializado o padrão bíblico da diferença entre elas.
Uma (mérito) olha para si mesmo: eu tenho, eu faço, então recebo. A outra (recompensa) é vista pelos outros: eu me dou, e alguém reconhece o que faço. Eu não faço para ter, faço porque já tenho algo, já é meu, eu já possuo. Jesus já gerou (através da cruz) e nos entregou tudo.

Se os homens recebem o que merecem, isso é aceitável em nossa mente. Mas quando alguém não recebe segundo as suas obras, gera discussões sem fim, há gerações.
A bíblia nos desafia a transformar nossa mente, pois na nova aliança o que recebemos, não recebemos por nossos atos, nem por mérito nem ainda por recompensa nossa. A recompensa que recebemos tem a ver com o que Cristo consumou na cruz por nós, com o que Ele nos entregou de graça, e o fruto a respeito do que Cristo fez e gerou em nós, cria um mecanismo de reconhecimento e recompensa, que para homens carnais é visto como mérito, mas não se trata disso.

A igreja imatura relaciona a cruz apenas com o perdão do pecado, sendo assim ela se move tentando fazer alguma coisa para ter algo mais. Ela busca atenção e aprovação de Deus na esperança de méritos que comprovem que ela está fazendo a coisa certa. Porém já recebemos muito mais que perdão de pecados! Tudo já está consumado! Tudo já nos foi dado! Não podemos fazer mais nada para ter aquilo que Jesus já conquistou por nós! Agora nossos atos são gerados pela obra inteira da cruz e então a igreja madura se move nisso e é recompensada, não pelos seus atos, mas pelo que a cruz gera em si mesma.

Talvez a idéia de mérito te agrade mais que a recompensa. Talvez você tenha orgulho de sua justiça própria! Talvez os elogios, os bens, a igreja, a família e a vida que você está construindo com suas próprias mãos lhe bastam. Mas se forem construídos com madeira, feno e palha (1Coríntios 3:12), ainda que em cima do alicerce correto, se queimará e não servirá de nada.

Mas se você (e eu) reconhecer(mos) que o que Jesus conquistou na cruz é eterno, e que a sua recompensa gera frutos em nós e através de nós no Reino que virá e já nesta era, então nos moveremos na obra já consumada e desfrutaremos da eternidade aqui e agora. Mas isso só é possível quando abrimos mão de nossa justiça própria, e entendemos que a justiça do Pai é perfeita em Seu amor. E que não se trata mais de nossas convicções, mas da recompensa gerada pela graça!

Reconhecer quem Jesus é, reconhece-lo nas pessoas, reconhecer sua obra, se mover na graça e pela graça: é uma chave que gera recompensas, já o mérito é um sistema que gera justiça própria. Enquanto a recompensa de Deus é para um proposito coletivo e eterno, o mérito busca um proposito egoísta e momentâneo. E se aquilo que Jesus nos dá de graça é melhor que tudo, nosso mérito serve apenas para nos fazer rejeitar a bondade e o amor do Pai.

O que faz mais sentido para você (para seu espírito): passar a vida perseguindo aquilo que acredita merecer, ou simplesmente receber de graça tudo que não merece? Continuar a depender dos próprios méritos ou se entregar ao favor soberano do Pai? Gastar seu tempo chamando a atenção de Deus e sua aprovação, ou desfrutar da posição de filho rendido à Sua presença? Quanto a mim o que faz mais sentido é que toda expectativa gerada em mim ou nos outros traz frustração, mas toda expectativa gerada no Pai traz surpresa e completude.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Refletindo sobre trabalhar a terra...


“Quem trabalha a sua terra terá fartura de alimento, mas quem vai atrás de fantasias não tem juízo.” Provérbios 12:11

Que principio incrível Salomão nos ensina!
Vamos olhar para este verso e expandir nossa “terra”: O que é nossa terra? Eu vejo a “terra” como meus relacionamentos, aqueles que Jesus está me dando neste tempo. Seja para cuidar, seja para ser cuidada. Seja para me divertir, ou chorar, seja para andar junto. Para mim, a “terra” é meu esposo, meus familiares, meus amigos, meus companheiros de trabalho diário. E o que seria a fantasia? Seria olhar para a “terra” do outro, achar que o que o outro tem é mais valioso.

Sendo assim eu diria que, para este novo ano, quero me concentrar em trabalhar na minha terra. Não quero saber de ilusões e fantasias ou desejar o que o outro tem, cobiçar aquilo que não me pertence. Não quero! Eu te convido a refletir comigo na sua terra, e o quanto você tem trabalhado nela. Se olhar para minha terra e observar o quanto eu realmente tenho investido nela, talvez fique claro os frutos que estou colhendo.

Eu nada entendo de plantio e colheita, mas tenho convicção que o trabalho não é instantâneo. Requer tempo, esforço, dedicação, amor e perseverança. Requer disposição de trabalho em equipe, em ceder às vezes, em se posicionar em outras. E o fruto não tem a ver com a terra, mas com o trabalho que se dedica a ela. É claro que a parábola do semeador nos mostra os diferentes tipos de solos. Existe uma terra que é tão boa que não precisa de muito esforço e ela já dá a 100 por 1. Mas há outras que estão improprias para a semente e essas requerem mais atenção e amor.

Pense como você gostaria de estar no próximo ano! Pense no que pode se dedicar em trabalhar a terra. Deixe as fantasias e ilusões e trabalhe com a realidade. Tudo que você deseja é pequeno perto do que Jesus deseja para você! Ele tem para você o melhor esposo (a) a melhor mãe (pai), o melhor líder e mentor. Mas se você ficar olhando para outro, não perceberá a incrível graça que Jesus esta cedendo a ti com aqueles que estão ao seu redor.

Seja acessível aos que vierem a ti. Não despreze ninguém! Cuide. Apenas cuide. Trabalhe a terra. E os frutos do trabalho virão de forma alegre e natural. Essa é minha mensagem e desejo. Que 2019 seja um ano de trabalhar a terra daqueles que Jesus nos der. Um grande abraço!

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Refletindo: doutrina ou religiosidade?

“Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras: "Não manuseie!" "Não prove!" "Não toque!" Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e um  modo duro de tratar o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.” (Colossenses 2:20-23)

Normalmente as pessoas que tem em seus lábios mais proibição, são aquelas que mais se rendem aos impulsos da carne. Elas estão tão preocupadas em proibir, em gerar esforço próprio, que não percebem que por nós mesmos jamais seremos santificados. A santidade não é algo que podemos produzir em nós e por nós. Apenas o Espirito Santo pode fazer esta obra maravilhosa em nosso íntimo, quando nós entregamos à Ele o domínio de nossa vida.

Paulo nos instrui em todas as cartas a nos mantermos unidos com Cristo, e é esta união que nos mantém livres. Livres, não apenas do pecado mas também, de ensinamentos humanos que nos aprisionam, e nos colocam sob o domínio de espíritos que dominam esta terra. (Colossenses 2:6-11). Algumas regras até parecem ser sabias, mas são impostas debaixo de uma falsa humildade que tratam com mais dureza o corpo do que o caráter.

Galatas 5:1 diz “Cristo nos libertou para que sejamos realmente livres. Por isso permaneçam firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente”. É preciso enfatizar que Paulo estava escrevendo a judeus cristãos que desejavam ainda viver pela lei, isto é, viver através de regras e atitudes que justificassem seu cristianismo. Mas sabemos que isso não é possível. Só somos justificados mediante a fé e não por obras, atitudes, e reações na aparência. 

Olhe o que Paulo diz para Timoteo em 1Timoteo 6:20: "guarde bem aquilo que foi entregue aos seus cuidados. Evite os falatórios que ofendem a Deus e as discussões tolas a respeito daquilo que alguns, de modo errado, chamam de conhecimento" pois esse conhecimento desviaram a pessoa da fé. Isto é, estão tão cheias de razão, que perderam a fé!

Sim as obras são importantes. Mas elas devem ser na verdade fruto de uma transformação gerada dentro de nós através do Espírito (Galatas 5:19-26), e não um esforço gerado pela carne. Aquilo que fazemos deve ser fruto daquilo que Jesus está produzindo dentro de nós. E se não deixarmos o poder de Deus nos consumir, então não poderemos expressar o verdadeiro poder de Deus através de nós. 

Nossas atitudes expressam quem nos domina (Galatas 5:16-18), e se nossas atitudes não forem condizentes com o fruto do Espirito, então ficará claro que nosso esforço é gerado pela carne. “Nós não devemos ser orgulhosos, nem provocar ninguém, nem ter inveja uns dos outros” (Galatas 5:26), isto é, se você tem uma aparência impecável diante de todos, mas provoca inimizades, brigas, ciumeiras, fofocas, e outras coisas parecidas com essas, o fruto que está sendo gerado em você e através de você é da carne e não de Deus! Simples assim!

Se seus olhos suspeitam mal, se tudo te magoa, se você acredita que está certo em tudo, precisa rever seus conceitos na bíblia, e se permitir ser curado e transformado pelo Espirito! Uma das ações do orgulho é você pensar que é tão bom em algo que não precisa de mais nada, nem ninguém, inclusive Deus. Isto é: você tem a completude e a sabedoria de algo que não precisa saber mais nada. Você se fecha para conhecer mais sobre aquilo e quem sabe transformar seus conceitos e decisões em relação ao assunto. “A pessoa que pensa que sabe alguma coisa ainda não tem a sabedoria que precisa” (1Co 8:2)

“Se vivemos é para o Senhor que vivemos, e se morrermos também é para o Senhor que morremos. Assim, tanto se vivemos como se morremos, somos do Senhor.” (Romanos 14:8). Assim, aquilo que você decide fazer, você decide fazer para o Senhor, desta forma é algo que você está entregando para Ele, e é para Ele que você prestará contas (Romanos 14:12). Desta forma sua preocupação não deve ser se o outro está fazendo igual. Mas se o que você está fazendo foi gerado por Ele e será entregue para Ele.


Pode ter certeza que se sua atitude gerar o perfume de Cristo alguns ao seu redor serão influenciados por sua atitude, serão impactados pela presença dele, e desejarão se juntar a você na decisão por uma santidade. Mas jamais deve ser imposto por nós aquilo que somente o Pai pode requerer de seus filhos. “Mas guarde entre você mesmo e o Deus que você crê a respeito desse assunto. Feliz a pessoa que não é condenada pela consciência quando faz o que acha que deve fazer” (Romanos 14:22).



“Que o Espirito de Deus que nos deu a vida (ZOE), controle também a nossa vida (PSUCHE)!” Galatas 5:25

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Refletindo: conhecimento ou informação?

Quando olho para a igreja vejo muitos servos doentes e feridos, se escondendo atrás de seus livros, pregações e canções. Muitos dispostos a defenderem com afinco suas ideologias, mas poucos dispostos a considerarem suas informações e formações como esterco, para que Cristo viva através de si. “E era tão fanático que persegui a igreja. Quanto ao cumprimento da vontade de Deus por meio da obediência à lei, ninguém podia me acusar de nada” Filipenses 3:6

Não estou dizendo que que conhecimento seja esterco, mas sim que devemos considerar nossas informações como esterco diante da sabedoria de Deus. “No passado todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não tem nenhum valor” (Filipenses 3:7). Isso porque quanto mais conhecimento obtemos, mais nos sentimos pequenos e chegamos à conclusão de que nada sabemos.

“E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora, como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo.” (Filipenses 3:8). Para se compreender as coisas, precisamos conhecer a Deus. (Pv 9:10), para nos conhecer precisamos conhecer a Deus, para nos relacionarmos com Ele precisamos abandonar nossa natureza orgulhosa e se render a soberania Dele.

A informação te “eleva” acima dos outros. O conhecimento te faz tolerante e humilde. A informação te torna arrogante e orgulhoso. O conhecimento te faz reconhecer suas próprias fraquezas. O conhecimento pode se tornar esterco (e arar a terra) para nossa espiritualidade, mas a informação pode ser o início da sua ruína. “Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei. Pois agora por meio da minha fé em Cristo que sou aceito” (Filipenses 3:9).

A informação pode te levar a fazer muitas coisas, mas o conhecimento te leva a ser como Jesus deseja, e a Sua aceitação não está no que fazemos ou nos tornamos externamente, mas naquilo que está guardado em nosso coração (aquilo que extraímos do conhecimento e nos transforma), que expressa quem realmente somos: nova criatura com a vida de Deus em nós, ou o velho homem cheio de si, e de métodos para alcançar algo. Tudo que fizermos precisa ser gerado Nele, senão não tornará para Ele!

“A quem muito é dado, muito é cobrado”. Considerando o conhecimento como algo que gera uma ação, a primeira delas é a transformação. Transformação de conceitos, cultura, pensamentos e até “certezas” que tínhamos antes. Sendo assim quanto mais se conhece a Deus mais temos que nos transformar. E essa transformação vem de dentro, gerando a cura que tanto desejamos, limpando nossos olhos, lavando nossas vestes e nos levando a uma verdadeira santidade.

Quando escondemos de nós mesmos, quem somos, nossos erros, falhas e pecados, temos a tendência em lançar essa decepção nos outros, procurando quem possa estar errado naquilo que achamos estar certo. Mas a perca de foco naquilo que precisamos tratar em nós mesmos é que faz a ferida emanar um cheiro de religiosidade, de intolerância e arrogância. E enquanto achamos que estamos sendo aceitos por Deus, estamos gerando obras de madeira, feno e palha (1Co 3).

Sim, quando reconhecemos nossos erros, entendemos que não há pecado maior no outro, não há desigualdade entre nós, não há obras geradas por nós mesmos que possa nos redimir. Cristo veio para nos libertar de uma vez por todas de nossos pecados. Interessante isso: nossos pecados. Não do outro. Sempre haverá em nós pecado suficiente para nos preocupar, ao ponto de não precisarmos ficar acusando o próximo.


Se esconder atrás das suas pregações, conceitos, e afazeres, não o torna quem Cristo quer que seja. Defender suas ideologias não irá convencer ninguém. As canções que você profere não representam quem você é. Mas abrir mão de tudo isso para se relacionar profundamente com Cristo, deixar Ele transformar sua natureza, isso te trará cura e o cheiro que vai emanar de você é a própria presença Dele.

"Essa ordem está sendo dada a fim de que amemos uns aos outros com um amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e uma fé verdadeira. Alguns abandonaram essas coisas e se perderam em discussões inúteis. Eles querem ser mestres da lei de Deus, mas não entendem nem o que eles mesmos dizem, nem aquilo que falam com tanta certeza." 
1Timoteo 1:5-7

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Refletindo sobre fé...






“Jesus respondeu: "Tenham fé em Deus.”
Marcos 11:22


Uma frase tão simples. Um poder enorme em sua aplicação. É nisso que venho refletindo. Os discípulos ficaram admirados que a figueira havia secado, e mostraram ela à Jesus. Mas para Jesus aquilo não era “espantoso”, Ele próprio através de sua palavra sentenciou aquela figueira. A sua palavra gerou algo!

No verso seguinte Jesus complementa: ”Eu lhes asseguro que se alguém disser a este monte: ‘Levante-se e atire-se no mar’, e não duvidar em seu coração, mas crer que acontecerá o que diz, assim lhe será feito.” (Marcos 11:23). Estou tão desejosa por esta fé! Jesus nos mostra que a fé gera algo, ela se move, se movimenta e concretiza desejos e pensamentos, falas e intenções! 

Era essa fé que movia os discípulos, era essa fé que gerava os Atos dos Apóstolos. Atraves dela eles curavam a todos (At 5:16), enfrentavam prisões e açoites, eram apedrejados e morriam, e acima de tudo: viviam o sobrenatural. O poder de Deus estava sobre eles e a liberdade do Espírito os guiava, por que eles tinham fé. Portanto, eu lhes digo: tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá.” (Marcos 11:24)

Então eu começo a comparar e refletir: eu ainda não sei o que é fé! Eu ainda não sei o que são tantas coisas que se tornaram tão simples em “falas”, mas tão distantes de serem vividas. Entregar meu coração, entregar a minha vida, são frases comuns no nosso meio cristão. Mas qual a profundidade desses atos? Nós entendemos o que isso significa? Definitivamente não.

O coração estremece só em pensar no que devemos abrir mão para que isso se cumpra. O corpo enrijece só de avaliar o que deve ser entregue. Por que tudo é tudo. E nossa imaturidade nos faz viver como crianças que não estão dispostas a abrir mão de nada, a não dar nada e apenas ter. Queremos amor, carinho, dedicação, bens, mas quando os temos não queremos dividir, não queremos compartilhar.

E o que isso tem ver com fé? “Portanto, a fé que vocês têm não se baseia na sabedoria humana, mas no poder de Deus.” (1Co 2:5). A fé te faz concentrar nas coisas corretas, a agir assertivamente, a trazer à tona a vontade do Pai. A sondar o coração de Deus, a decidir pelo caminho certo. Ela te move, ela te guia, ela gera filhos verdadeiros no Reino! Assim como Estevão teve fé, e sua morte gerou Paulo (porque Paulo se deparou no caminho de Damasco, com o mesmo poder que viu quando na morte de Estevão), a nossa “morte” pela fé fará que Venha o Reino de Jesus!

Não desejo mais uma fé emocional. Não desejo mais crer e não acreditar. Não desejo falar de coisas que ainda não compreendi pelo Espirito, não desejo mais apenas falar. Quero experimentar pela fé um tempo de avivamento onde poderemos viver porção dobrada em relação a igreja de Atos. E todos verão a Igreja se movimentar em amor, pela fé, gerando esperança sobre toda a Terra!

“Eu tenho fé! Ajude-me a ter mais fé ainda!”
Marcos 9:24

“Digam a ele que os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e os pobres recebem o evangelho. E felizes são aqueles que não abandonam a sua fé em mim!”

Mateus 11:5-6