quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Refletindo: conhecimento ou informação?

Quando olho para a igreja vejo muitos servos doentes e feridos, se escondendo atrás de seus livros, pregações e canções. Muitos dispostos a defenderem com afinco suas ideologias, mas poucos dispostos a considerarem suas informações e formações como esterco, para que Cristo viva através de si. “E era tão fanático que persegui a igreja. Quanto ao cumprimento da vontade de Deus por meio da obediência à lei, ninguém podia me acusar de nada” Filipenses 3:6

Não estou dizendo que que conhecimento seja esterco, mas sim que devemos considerar nossas informações como esterco diante da sabedoria de Deus. “No passado todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não tem nenhum valor” (Filipenses 3:7). Isso porque quanto mais conhecimento obtemos, mais nos sentimos pequenos e chegamos à conclusão de que nada sabemos.

“E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora, como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo.” (Filipenses 3:8). Para se compreender as coisas, precisamos conhecer a Deus. (Pv 9:10), para nos conhecer precisamos conhecer a Deus, para nos relacionarmos com Ele precisamos abandonar nossa natureza orgulhosa e se render a soberania Dele.

A informação te “eleva” acima dos outros. O conhecimento te faz tolerante e humilde. A informação te torna arrogante e orgulhoso. O conhecimento te faz reconhecer suas próprias fraquezas. O conhecimento pode se tornar esterco (e arar a terra) para nossa espiritualidade, mas a informação pode ser o início da sua ruína. “Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei. Pois agora por meio da minha fé em Cristo que sou aceito” (Filipenses 3:9).

A informação pode te levar a fazer muitas coisas, mas o conhecimento te leva a ser como Jesus deseja, e a Sua aceitação não está no que fazemos ou nos tornamos externamente, mas naquilo que está guardado em nosso coração (aquilo que extraímos do conhecimento e nos transforma), que expressa quem realmente somos: nova criatura com a vida de Deus em nós, ou o velho homem cheio de si, e de métodos para alcançar algo. Tudo que fizermos precisa ser gerado Nele, senão não tornará para Ele!

“A quem muito é dado, muito é cobrado”. Considerando o conhecimento como algo que gera uma ação, a primeira delas é a transformação. Transformação de conceitos, cultura, pensamentos e até “certezas” que tínhamos antes. Sendo assim quanto mais se conhece a Deus mais temos que nos transformar. E essa transformação vem de dentro, gerando a cura que tanto desejamos, limpando nossos olhos, lavando nossas vestes e nos levando a uma verdadeira santidade.

Quando escondemos de nós mesmos, quem somos, nossos erros, falhas e pecados, temos a tendência em lançar essa decepção nos outros, procurando quem possa estar errado naquilo que achamos estar certo. Mas a perca de foco naquilo que precisamos tratar em nós mesmos é que faz a ferida emanar um cheiro de religiosidade, de intolerância e arrogância. E enquanto achamos que estamos sendo aceitos por Deus, estamos gerando obras de madeira, feno e palha (1Co 3).

Sim, quando reconhecemos nossos erros, entendemos que não há pecado maior no outro, não há desigualdade entre nós, não há obras geradas por nós mesmos que possa nos redimir. Cristo veio para nos libertar de uma vez por todas de nossos pecados. Interessante isso: nossos pecados. Não do outro. Sempre haverá em nós pecado suficiente para nos preocupar, ao ponto de não precisarmos ficar acusando o próximo.


Se esconder atrás das suas pregações, conceitos, e afazeres, não o torna quem Cristo quer que seja. Defender suas ideologias não irá convencer ninguém. As canções que você profere não representam quem você é. Mas abrir mão de tudo isso para se relacionar profundamente com Cristo, deixar Ele transformar sua natureza, isso te trará cura e o cheiro que vai emanar de você é a própria presença Dele.

"Essa ordem está sendo dada a fim de que amemos uns aos outros com um amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e uma fé verdadeira. Alguns abandonaram essas coisas e se perderam em discussões inúteis. Eles querem ser mestres da lei de Deus, mas não entendem nem o que eles mesmos dizem, nem aquilo que falam com tanta certeza." 
1Timoteo 1:5-7

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