terça-feira, 15 de novembro de 2016

Refletindo: doutrina ou religiosidade?

“Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras: "Não manuseie!" "Não prove!" "Não toque!" Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e um  modo duro de tratar o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.” (Colossenses 2:20-23)

Normalmente as pessoas que tem em seus lábios mais proibição, são aquelas que mais se rendem aos impulsos da carne. Elas estão tão preocupadas em proibir, em gerar esforço próprio, que não percebem que por nós mesmos jamais seremos santificados. A santidade não é algo que podemos produzir em nós e por nós. Apenas o Espirito Santo pode fazer esta obra maravilhosa em nosso íntimo, quando nós entregamos à Ele o domínio de nossa vida.

Paulo nos instrui em todas as cartas a nos mantermos unidos com Cristo, e é esta união que nos mantém livres. Livres, não apenas do pecado mas também, de ensinamentos humanos que nos aprisionam, e nos colocam sob o domínio de espíritos que dominam esta terra. (Colossenses 2:6-11). Algumas regras até parecem ser sabias, mas são impostas debaixo de uma falsa humildade que tratam com mais dureza o corpo do que o caráter.

Galatas 5:1 diz “Cristo nos libertou para que sejamos realmente livres. Por isso permaneçam firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente”. É preciso enfatizar que Paulo estava escrevendo a judeus cristãos que desejavam ainda viver pela lei, isto é, viver através de regras e atitudes que justificassem seu cristianismo. Mas sabemos que isso não é possível. Só somos justificados mediante a fé e não por obras, atitudes, e reações na aparência. 

Olhe o que Paulo diz para Timoteo em 1Timoteo 6:20: "guarde bem aquilo que foi entregue aos seus cuidados. Evite os falatórios que ofendem a Deus e as discussões tolas a respeito daquilo que alguns, de modo errado, chamam de conhecimento" pois esse conhecimento desviaram a pessoa da fé. Isto é, estão tão cheias de razão, que perderam a fé!

Sim as obras são importantes. Mas elas devem ser na verdade fruto de uma transformação gerada dentro de nós através do Espírito (Galatas 5:19-26), e não um esforço gerado pela carne. Aquilo que fazemos deve ser fruto daquilo que Jesus está produzindo dentro de nós. E se não deixarmos o poder de Deus nos consumir, então não poderemos expressar o verdadeiro poder de Deus através de nós. 

Nossas atitudes expressam quem nos domina (Galatas 5:16-18), e se nossas atitudes não forem condizentes com o fruto do Espirito, então ficará claro que nosso esforço é gerado pela carne. “Nós não devemos ser orgulhosos, nem provocar ninguém, nem ter inveja uns dos outros” (Galatas 5:26), isto é, se você tem uma aparência impecável diante de todos, mas provoca inimizades, brigas, ciumeiras, fofocas, e outras coisas parecidas com essas, o fruto que está sendo gerado em você e através de você é da carne e não de Deus! Simples assim!

Se seus olhos suspeitam mal, se tudo te magoa, se você acredita que está certo em tudo, precisa rever seus conceitos na bíblia, e se permitir ser curado e transformado pelo Espirito! Uma das ações do orgulho é você pensar que é tão bom em algo que não precisa de mais nada, nem ninguém, inclusive Deus. Isto é: você tem a completude e a sabedoria de algo que não precisa saber mais nada. Você se fecha para conhecer mais sobre aquilo e quem sabe transformar seus conceitos e decisões em relação ao assunto. “A pessoa que pensa que sabe alguma coisa ainda não tem a sabedoria que precisa” (1Co 8:2)

“Se vivemos é para o Senhor que vivemos, e se morrermos também é para o Senhor que morremos. Assim, tanto se vivemos como se morremos, somos do Senhor.” (Romanos 14:8). Assim, aquilo que você decide fazer, você decide fazer para o Senhor, desta forma é algo que você está entregando para Ele, e é para Ele que você prestará contas (Romanos 14:12). Desta forma sua preocupação não deve ser se o outro está fazendo igual. Mas se o que você está fazendo foi gerado por Ele e será entregue para Ele.


Pode ter certeza que se sua atitude gerar o perfume de Cristo alguns ao seu redor serão influenciados por sua atitude, serão impactados pela presença dele, e desejarão se juntar a você na decisão por uma santidade. Mas jamais deve ser imposto por nós aquilo que somente o Pai pode requerer de seus filhos. “Mas guarde entre você mesmo e o Deus que você crê a respeito desse assunto. Feliz a pessoa que não é condenada pela consciência quando faz o que acha que deve fazer” (Romanos 14:22).



“Que o Espirito de Deus que nos deu a vida (ZOE), controle também a nossa vida (PSUCHE)!” Galatas 5:25

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Refletindo: conhecimento ou informação?

Quando olho para a igreja vejo muitos servos doentes e feridos, se escondendo atrás de seus livros, pregações e canções. Muitos dispostos a defenderem com afinco suas ideologias, mas poucos dispostos a considerarem suas informações e formações como esterco, para que Cristo viva através de si. “E era tão fanático que persegui a igreja. Quanto ao cumprimento da vontade de Deus por meio da obediência à lei, ninguém podia me acusar de nada” Filipenses 3:6

Não estou dizendo que que conhecimento seja esterco, mas sim que devemos considerar nossas informações como esterco diante da sabedoria de Deus. “No passado todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não tem nenhum valor” (Filipenses 3:7). Isso porque quanto mais conhecimento obtemos, mais nos sentimos pequenos e chegamos à conclusão de que nada sabemos.

“E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora, como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo.” (Filipenses 3:8). Para se compreender as coisas, precisamos conhecer a Deus. (Pv 9:10), para nos conhecer precisamos conhecer a Deus, para nos relacionarmos com Ele precisamos abandonar nossa natureza orgulhosa e se render a soberania Dele.

A informação te “eleva” acima dos outros. O conhecimento te faz tolerante e humilde. A informação te torna arrogante e orgulhoso. O conhecimento te faz reconhecer suas próprias fraquezas. O conhecimento pode se tornar esterco (e arar a terra) para nossa espiritualidade, mas a informação pode ser o início da sua ruína. “Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei. Pois agora por meio da minha fé em Cristo que sou aceito” (Filipenses 3:9).

A informação pode te levar a fazer muitas coisas, mas o conhecimento te leva a ser como Jesus deseja, e a Sua aceitação não está no que fazemos ou nos tornamos externamente, mas naquilo que está guardado em nosso coração (aquilo que extraímos do conhecimento e nos transforma), que expressa quem realmente somos: nova criatura com a vida de Deus em nós, ou o velho homem cheio de si, e de métodos para alcançar algo. Tudo que fizermos precisa ser gerado Nele, senão não tornará para Ele!

“A quem muito é dado, muito é cobrado”. Considerando o conhecimento como algo que gera uma ação, a primeira delas é a transformação. Transformação de conceitos, cultura, pensamentos e até “certezas” que tínhamos antes. Sendo assim quanto mais se conhece a Deus mais temos que nos transformar. E essa transformação vem de dentro, gerando a cura que tanto desejamos, limpando nossos olhos, lavando nossas vestes e nos levando a uma verdadeira santidade.

Quando escondemos de nós mesmos, quem somos, nossos erros, falhas e pecados, temos a tendência em lançar essa decepção nos outros, procurando quem possa estar errado naquilo que achamos estar certo. Mas a perca de foco naquilo que precisamos tratar em nós mesmos é que faz a ferida emanar um cheiro de religiosidade, de intolerância e arrogância. E enquanto achamos que estamos sendo aceitos por Deus, estamos gerando obras de madeira, feno e palha (1Co 3).

Sim, quando reconhecemos nossos erros, entendemos que não há pecado maior no outro, não há desigualdade entre nós, não há obras geradas por nós mesmos que possa nos redimir. Cristo veio para nos libertar de uma vez por todas de nossos pecados. Interessante isso: nossos pecados. Não do outro. Sempre haverá em nós pecado suficiente para nos preocupar, ao ponto de não precisarmos ficar acusando o próximo.


Se esconder atrás das suas pregações, conceitos, e afazeres, não o torna quem Cristo quer que seja. Defender suas ideologias não irá convencer ninguém. As canções que você profere não representam quem você é. Mas abrir mão de tudo isso para se relacionar profundamente com Cristo, deixar Ele transformar sua natureza, isso te trará cura e o cheiro que vai emanar de você é a própria presença Dele.

"Essa ordem está sendo dada a fim de que amemos uns aos outros com um amor que vem de um coração puro, de uma consciência limpa e uma fé verdadeira. Alguns abandonaram essas coisas e se perderam em discussões inúteis. Eles querem ser mestres da lei de Deus, mas não entendem nem o que eles mesmos dizem, nem aquilo que falam com tanta certeza." 
1Timoteo 1:5-7